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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
A expansão da economia argentina é forte e deve atingir entre 7% e 10% em 2005. O crescimento, entretanto, se sustenta em base não muito consistente: a recuperação do uso da capacidade instalada, que aparenta estar perto do limite. A utilização de recursos ociosos subiu de um patamar de 48% no início de 2002 para 71% em junho deste ano.
Na avaliação da consultoria Tendências, o indício de que essa via de crescimento econômico já começa a se esgotar está nos números de inflação ao consumidor, que nos últimos 12 meses acumula 9,6%. A Tendências ressalva que parte dessa inflação decorre de outros fenômenos, como o fim do represamento de tarifas públicas e o aumento do preço de commodities no cenário internacional.
Ainda assim, o cenário de esgotamento da capacidade leva necessariamente a taxas mais baixas de crescimento da economia, a menos que haja um retorno significativo de investimentos para o país.
O problema é que a taxa de investimento vem crescendo 19% ao ano, um patamar insuficiente para sustentar as taxas altas de crescimento registradas em 2003, 2004 e 2005. Os economistas apontam que seria necessário um crescimento do investimento de 25% por ano para dar conta de uma expansão da economia de 6%.
Para a Tendências, o recente default da dívida e as atitudes do presidente Néstor Kirchner de antipatia em relação ao mercado, dificultam a necessária atração de recursos para financiar o crescimento argentino nos moldes do que vem ocorrendo. Diante desse quadro, os analistas mais pessimistas, entre os quais figuram técnicos do Fundo Monetário Internacional, projetam um crescimento, no médio prazo, de no máximo 2% ao ano.