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Argentina busca apoio do México para fortalecer esquerda na América Latina

Desde o ano passado, a revolta com a corrupção, a desigualdade e a pobreza expulsaram conservadores do México e da Argentina

Fernández e Obrador: perspectiva de uma esquerda latino-americana mais unida cresceu na segunda-feira (Divulgação/Reuters)

Fernández e Obrador: perspectiva de uma esquerda latino-americana mais unida cresceu na segunda-feira (Divulgação/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 13h13.

Cidade do México — A perspectiva de uma esquerda latino-americana mais unida cresceu na segunda-feira, quando o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, e o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, debateram a retomada de uma alternativa diplomática regional à Organização dos Estados Americanos (OEA), que é vista como influenciada pelos Estados Unidos.

Os países latino-americanos vêm oscilando entre governos de esquerda e conservadores, muitas vezes com políticas econômicas e sociais radicalmente diferentes, nas últimas décadas.

Desde o ano passado, a revolta com a corrupção, a desigualdade e a pobreza expulsaram conservadores do México e da Argentina e atiçaram protestos que forçaram o Equador e o Chile a amenizar políticas econômicas liberais nas últimas semanas.

O presidente eleito argentino aproveitou sua primeira visita ao exterior desde que conquistou o cargo no mês passado para proclamar uma nova era de cooperação de esquerda, em uma tentativa aparente de demonstrar que não ficará isolado na região, apesar de o Brasil ter um governo de direita liderado pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

 

"Estou determinado a unir a América Latina novamente, a voltar a unir forças para enfrentar o desafio da globalização de outra maneira", disse Fernández a repórteres no palácio presidencial do México depois de se reunir com López Obrador.

No ano que vem, o México assumirá a presidência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), entidade regional estabelecida pela Venezuela durante o governo do falecido presidente Hugo Chávez que perdeu influência nos últimos anos.

"Esta é uma chance de fortalecer um dos organismos, um dos espaços de integração que foram esquecidos recentemente", disse Fernández sobre a Celac, vista por alguns da esquerda como um contrapeso à OEA -- que argumentam ser um veículo da influência dos Estados Unidos na América Latina.

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