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Argentina anuncia que poderá enriquecer urânio a partir de 2011

A tecnologia inclui não apenas a produção e o enriquecimento do urânio, mas também a utilização controlada de seus resíduos

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: país segue pela área nuclear (Fernando Sturla/Télam)

Cristina Kirchner, presidente da Argentina: país segue pela área nuclear (Fernando Sturla/Télam)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 07h15.

Buenos Aires - A partir de novembro de 2011, a Argentina terá o domínio completo da tecnologia necessária ao enriquecimento do urânio, entrando para o grupo de países capazes de administrar um programa nuclear voltado para fins pacíficos. A tecnologia inclui não apenas a produção e o enriquecimento do urânio, mas também a utilização controlada de seus resíduos. 

De acordo com a presidente Cristina Kirchner, que fez o anúncio ao reinaugurar a fábrica do complexo tecnológico de Pilcaniyeu, o programa nuclear argentino assume a condição de política de Estado.

O complexo tecnológico de Pilcaniyeu, localizado na Província (estado) de Rio Negro, é administrado pela Comissão de Energia Atômica da Argentina e estava desativado desde 1990, quando o país optou pelo petróleo e gás como fontes de energia. Na época, esses eram produtos mais baratos e abundantes do que a energia nuclear. Agora, Cristina Kirchner reconheceu que a energia alternativa produzida pelo urânio não deveria ter sido desprezada. 

Ao anunciar a reabertura da fábrica de Pilcaniyeu, a presidente convocou a população para apoiar o compromisso do governo de desenvolver seu programa nuclear pacífico como um direito da Argentina ao avanço tecnológico. "Estamos devolvendo ao país um direito do qual nunca deveríamos ter renunciado porque isso significou deixar de lado um recurso estratégico. Vamos recuperar uma década perdida". 

O Brasil tem programa nuclear em conjunto com a Argentina desde 1980, quando os dois países assinaram acordo de cooperação para o desenvolvimento e a aplicação de usos pacíficos desse tipo de energia. Somente 11 anos depois, em 1991, a parceria entrou em nova fase com a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. No mesmo ano, os dois países firmaram acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), garantindo a utilização pacífica de seu programa nuclear conjunto.

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