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Arábia Saudita rejeita resoluções dos EUA sobre Khashoggi e Iêmen

Os Estados Unidos pediram o fim do apoio militar à guerra no Iêmen e culpam o príncipe herdeiro do reino pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi,

Arábia Saudita: "O reino rejeita qualquer interferência em seus assuntos internos que desrespeite sua liderança" (Marcos Brindicci/Reuters)

Arábia Saudita: "O reino rejeita qualquer interferência em seus assuntos internos que desrespeite sua liderança" (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 09h28.

Riad - A Arábia Saudita rejeitou nesta segunda-feira resoluções do Senado dos Estados Unidos que pedem o fim do apoio militar norte-americano à guerra no Iêmen e culpam o príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, dizendo que se baseiam em alegações infundadas.

As resoluções aprovadas na quinta-feira foram uma repreensão rara do Senado ao presidente dos EUA, Donald Trump, mas essencialmente simbólicas. Para se tornarem leis, elas precisariam passar pela Câmara dos Deputados, cujos líderes republicanos barraram toda e qualquer legislação concebida para repreender os sauditas.

"O reino rejeita categoricamente qualquer interferência em seus assuntos internos, toda e qualquer acusação, de qualquer forma, que desrespeite sua liderança... e quaisquer tentativas de minar sua soberania ou diminuir sua estatura", disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Khashoggi, íntimo dos círculos do poder que se tornou crítico do príncipe Mohammed e passou a escrever para o jornal Washington Post depois de se mudar para os EUA no ano passado, foi morto dentro do consulado saudita em Istambul no início de outubro. Autoridades sauditas rejeitaram as acusações de que o príncipe herdeiro ordenou seu assassinato.

O crime provocou revolta mundial e prejudicou a reputação internacional do príncipe Mohammed, de 33 anos, o líder de fato do reino, que está impulsionando reformas econômicas e sociais no maior exportador de petróleo do mundo.

A Arábia Saudita também tem sido cada vez mais questionada pelas mortes de civis e uma crise humanitária no Iêmen, onde apoia o governo reconhecido internacionalmente contra rebeldes houthis alinhados ao Irã em uma guerra civil de quase quatro anos.

Em conversas mediadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Suécia na semana passada, as partes em conflito concordaram com um cessar-fogo local para tentar evitar mais mortes na cidade portuária de Hodeidah, que é vital para as remessas de alimentos e ajuda humanitária.

Oponentes das resoluções do Senado dos EUA querem manter o relacionamento entre Washington e Riad, que consideram um resposta essencial a Teerã no Oriente Médio.

Autoridades norte-americanas também veem o apoio saudita como um pilar do plano de paz para israelenses e palestinos ainda a ser debatido pelo governo Trump, e argumentaram que suspender o apoio dos EUA pode complicar os esforços de pacificação no Iêmen.

O comunicado saudita disse que o reino "espera não se arrastado para debates políticos internos nos Estados Unidos da América para evitar quaisquer ramificações nos laços entre os dois países que poderiam ter impactos negativos significativos nesta parceria estratégica importante".

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