Helicóptero dos EUA: governo encara aquecimento global como grande risco para segurança (The U.S. Army/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 15h28.
São Paulo - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou, em junho deste ano, relatório que declara que as mudanças climáticas poderão ter efeito direto sobre a segurança nacional, aumentando o risco de ataques terroristas, epidemais infecciosas e falta de alimentos e água.
Conforme publicado em matéria do jornal The New York Times, em 13/10, o documento “2014 Climate Change Adaptation Roadmap” afirma que as forças militares americanas terão que se adaptar ao aumento do nível dos oceanos e a ocorrência mais frequente de tempestades e secas.
Em visita ao Peru, onde em dezembro será realizada a 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, falou recentemente sobre outros problemas que surgirão devido ao aquecimento global.
“O derretimento das geleiras afetará o abastecimento de água em várias regiões do nosso hemisfério”, alertou.
“Instabilidades econômicas e políticas podem surgir como consequência de destruição de furacões e secas e estiagens podem gerar massivas ondas de migração”.
Até então, a adaptação dos militares americanos às mudanças do clima era focada em preparar suas bases e instalações costeiras para se proteger, por exemplo, de inundações.
Agora – com o relatório – fica claro que o governo americano encara o aquecimento global como um grande risco para sua segurança e o assunto deve fazer parte de estratégia de ação imediata para este setor.
Um dos temores é que em regiões como a África e o Oriente Médio, a falta de água e alimentos possa ser gatilho para revoltas civis e o crescimento oportunista de organizações terroristas, como é o caso do Estado Islâmico, no Iraque.
O documento publicado pelo Pentágono pode ter papel importante durante os debates sobre o novo acordo climático global, a ser definido no ano que vem, em Paris, e que terá um primeiro rascunho delineado em Lima, em dezembro.
O discurso de Chuck Hagel pode ser encarado como um indicador de que o governo americano estará empenhado em fechar um acordo firme e que realmente obrigue os países a reduzir suas emissões de carbono.