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Após Trump 'trabalhar' fritando batatas, McDonald’s diz que 'não endossa candidatos'

Rede de fast-food vem tentando se afastar de discussões politicas

Trump acena a apoiadores durante 'turno' de trabalho em um McDonald’s na Pensilvânia (Doug Mills/AFP)

Trump acena a apoiadores durante 'turno' de trabalho em um McDonald’s na Pensilvânia (Doug Mills/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 10h25.

Embora o presidente Donald Trump tenha visitado uma unidade do McDonald’s na Pensilvânia no domingo, a gigante de comida rápida está tentando se manter neutra na corrida presidencial.

“O McDonald’s não endossa candidatos e isso continua sendo verdade nesta corrida para o próximo presidente”, disse a empresa em uma mensagem interna vista pela CNBC.

Trump operou uma fritadeira e a trabalhou na entrega de pedidos no drive-thru em um restaurante em Feasterville, Pensilvânia. Ele usou essa ação de propaganda como uma oportunidade para criticar sua oponente, a vice-presidente Kamala Harris.

Trump frequentemente acusa Kamala de mentir sobre ter trabalhado no McDonald’s durante um curto período nos anos 80, mas não ofereceu nenhuma prova disso. O McDonald's e seus franqueados não têm todos os seus registros de emprego de trabalhadores que datam do início dos anos 1980, quando Kamala, hoje com 60 anos, teria trabalhado lá, disse a empresa no memorando de domingo.

"Embora não sejamos uma marca política, temos orgulho de ouvir sobre o amor do ex-presidente Trump pelo McDonald's e as boas lembranças da vice-presidente Harris trabalhando sob os Arcos", disse a empresa.

Tanto o McDonald's quanto o franqueado que opera o local em que o republicano esteve enfatizaram que a rede abre suas portas para "todos".

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Mudanças nas políticas corporativas

Embora o McDonald's tenha apoiado publicamente o movimento Black Lives Matter em 2020, a empresa tentou passar a imagem de uma marca apolítica para evitar afugentar clientes.

Essa parece uma tendência que aos poucos vai ganhando força no mercado corporativo do país. Várias empresas, incluindo Ford, Lowe's e Harley-Davidson, recuaram em suas políticas e práticas de diversidade, equidade e inclusão neste ano, de acordo com a CNBC.

E essa é uma mudança que muitos americanos desejam; apenas 38% dos adultos dos EUA acreditam que as empresas devem assumir posições públicas, abaixo dos 48% em 2022, de acordo com um estudo da Gallup-University of Bentley deste ano.

Mas o McDonald's já se envolveu em outra controvérsia nesta eleição.

No final de maio, várias postagens virais nas redes sociais criticaram os valores dos lanches, desde uma refeição Big Mac de US$ 18 servida em Connecticut até gráficos que alegavam que os preços da rede mais que dobraram nos últimos cinco anos.

Os republicanos se agarraram à controvérsia, vinculando um aumento nos preços do menu do McDonald's à política econômica de Biden em uma tentativa de conquistar os eleitores cansados da inflação.

Para acabar com a polêmica, o presidente do McDonald's nos EUA, Joe Erlinger, escreveu uma carta aberta e divulgou fichas técnicas sobre os preços da empresa.

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