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Após Trump e Brexit, UE lança plano de pesquisa de defesa

Comissão Europeia propôs um fundo de 5 bilhões de euros e a suspensão das regras que impedem investimentos em pesquisa militar

União Europeia: proposta principal é a criação de um fundo de investimento para a defesa (Georges Gobet/AFP)

União Europeia: proposta principal é a criação de um fundo de investimento para a defesa (Georges Gobet/AFP)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 10h02.

Bruxelas - A União Europeia apresentou nesta quarta-feira o maior plano de pesquisa de defesa do bloco em mais de uma década para reverter bilhões de euros em cortes e enviar ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a mensagem de que a Europa quer pagar por sua própria proteção.

Parte de uma iniciativa mais ampla para revitalizar a cooperação de defesa, a Comissão Europeia propôs um fundo de 5 bilhões de euros e a suspensão das regras que impedem que o orçamento comum da UE e seu banco de desenvolvimento invistam em pesquisa militar.

"Não se trata de um Exército da UE, não se trata de gastar com os militares em vez de gastar com a segurança social", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen. "Enfrentamos ameaças múltiplas, e precisamos agir", afirmou o ex-premiê finlandês, enfatizando que todos os recursos desenvolvidos pertenceriam aos governos nacionais.

A proposta principal é um fundo de investimento para a defesa, que poderia permitir que governos do bloco que o financiam também possam emprestar dele, fazendo com que os fundos sempre estejam disponíveis para programas de defesa conjuntos, como os de helicópteros ou drones (aeronaves não tripuladas).

O fundo deveria ser capaz de mobilizar cerca de 5 bilhões de euros por ano, disse Katainen aos repórteres, embora esta cifra seja uma estimativa e precise ser refinada.

O fundo poderia ter apoio do Banco de Investimento Europeu para financiar projetos se uma maioria de governos concordar em retirar a proibição ao apoio a projetos militares, alterando os assim chamados critérios de elegibilidade, possivelmente já no próximo ano.

Uma proposta é que o fundo, que exigiria um tratado intergovernamental para ser estabelecido, obtenha capital nos mercados financeiros emitindo títulos, e a Comissão se ofereceria para administrar o fundo, mas sem ser sua proprietária.

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