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Após provável vitória, Netanyahu está em boa posição para formar governo

Com 90% dos votos apurados, Netanyahu lidera com 29,3% dos votos, contra 26,3% de seu principal rival Benny Gantz

Eleições Israel: no sistema israelense, Netanyahu tem 36 cadeiras (Amir Cohen/Reuters)

Eleições Israel: no sistema israelense, Netanyahu tem 36 cadeiras (Amir Cohen/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de março de 2020 às 11h44.

Apesar de seu indiciamento por corrupção, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se encaminha nesta terça-feira para uma vitória convincente nas eleições legislativas, o que o coloca em posição de força para formar o próximo governo.

Com 90% dos votos apurados esta manhã pela comissão eleitoral, o Likud (direita) de Netanyahu obtém 29,3% dos votos, contra 26,3% para o partido centrista "Azul-Branco" de seu principal rival Benny Gantz.

No sistema israelense, estes índices são traduzidos em 36 cadeiras para o Likud, contra 32 para o ex-general Benny Gantz.

Com seus aliados da direita radical e dos partidos judeus ultraortodoxos, o Likud poderia contar, após as terceiras eleições legislativas em menos de um ano, com um total de 59 assentos, faltando apenas dois para uma maioria parlamentar, de acordo com as previsões.

"Em breve encontraremos as vozes que faltam no outro bloco", disse o porta-voz do Likud, Jonathan Urich, à rádio militar. "Já estamos em contato com vários deputados do outro campo", afirmou.

Netanyahu, primeiro-ministro mais longevo da história de Israel, com 14 anos de poder, comemorou por ter conquistado "a vitória mais importante de sua vida", diante de uma multidão de apoiadores reunidos em Tel Aviv.

Se o Likud ultrapassar 35 cadeiras, será o melhor resultado do partido de Benjamin Netanyahu.

"É uma vitória... contra todas as probabilidades e à custa daqueles que previram o fim da era Netanyahu", acrescentou o primeiro-ministro, acusado de corrupção, cujo julgamento deve começar no dia 17 de março.

Desconfiança

"Mais uma vez, a maioria do eleitorado expressou sua imensa desconfiança pela justiça", escreveu o colunista Amnon Lord em uma coluna do jornal de direita Israel Hayom.

"Netanyahu teria desaparecido há muito tempo se os israelenses atribuíssem importância às acusações contra ele, a saber, corrupção, malversação e quebra de confiança", segundo Lord.

No entanto, esta manhã, a Suprema Corte de Israel recebeu uma petição do "Movimento por um Governo de Qualidade" contra a possível indicação, pelo presidente Reuven Rivlin, de Netanyahu para montar um gabinete.

"Um acusado de corrupção, malversação e quebra de confiança não pode assumir a tarefa de formar um governo", afirmou o movimento. "Um homem como ele não pode servir de modelo e ser primeiro-ministro".

Após as eleições de abril e setembro, Netanyahu não conseguiu formar um governo de unidade nacional.

No entanto, é "a única solução lógica" para romper o impasse em que Israel está mergulhado há quase um ano, de acordo com o influente comentarista político Ben Caspit, crítico do primeiro-ministro.

Um governo de unidade poderia permitir que Netanyahu "permaneça no poder por mais um ano e negocie (com a justiça) numa posição confortável", escreveu Caspit nas páginas do jornal Maariv.

O primeiro-ministro proclama sua inocência e afirma ser vítima de uma "caça às bruxas".

Os eleitores de Benny Gantz esperam que os resultados oficiais diminuam a diferença entre os dois campos. "Esperávamos outro resultado", admitiu.

Seu partido "Azul-Branco" apostava no apoio dos partidos de esquerda, que se uniram para esta eleição, mas cujos resultados são decepcionantes (6 ou 7 assentos no total). O líder da esquerda, Amir Peretz, acusou Gantz de ter realizado "uma campanha irresponsável" que "minou" todo o bloco.

Benny Gantz endureceu o tom desta campanha contra a "Lista Unida" de partidos árabes israelenses, aliados em potencial, que haviam surpreendido em setembro ao ocupar a terceira posição e, desta vez, com 15 cadeiras no Parlamento, um recorde.

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