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Após derrota eleitoral, Keiko Fujimori volta à prisão no Peru

Filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori, que também está preso, recebeu contribuições ilegais da Odebrecht

Keiko Fujimori: nova prisão acontece dois dias depois de seu partido ter sido punido nas urnas (Mariana Bazo/Reuters)
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AFP

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 07h11.

Última atualização em 29 de janeiro de 2020 às 07h14.

São Paulo — A líder opositora Keiko Fujimori foi detida nesta terça-feira (28) logo após a justiça peruana determinar novamente sua prisão preventiva, como parte de uma investigação sobre um escândalo envolvendo a construtora brasileira Odebrecht .

"Imponho prisão preventiva pelo prazo de 15 meses à investigada", declarou o juiz Víctor Zúñiga, após expor durante 10 horas os argumentos de sua decisão, em uma audiência pública à qual Keiko Fujimori acompanhou os minutos finais.

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Assim que ouviu a sentença, a filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que também está preso, abraçou e beijou o marido e em seguida foi levada para o presídio feminino de Chorrillos, no sul da capital Lima.

"Se vocês estão assistindo este vídeo, é porque o juiz Víctor Zúñiga decidiu injustamente me enviar para a prisão novamente ... Isso não é justiça, é uma acusação", disse Keiko em um vídeo divulgado nas redes sociais minutos depois de ser presa.

Sua advogada de defesa, Giulliana Loza anunciou que vai recorrer da decisão, enquanto a promotoria, que havia solicitado 18 meses de prisão, concordou com a sentença, acrescentando que havia o risco de fuga do país.

A nova prisão de Keiko, de 44 anos, acontece dois dias depois de seu partido ter sido punido nas urnas, com o fim de sua sua hegemonia no Congresso.

A líder do fuijimorismo já ficou 13 meses presa por conta do escândalo de pagamentos ilegais a políticos feitos pela Odebrecht, que também afeta quatro ex-presidentes. Um deles, Alan García, cometeu suicídio.

Keiko havia recuperado a liberdade em 29 de novembro, mas o Ministério Público apresentou novas acusações.

A promotoria afirma que ela recebeu contribuições ilegais da Odebrecht e de outras fontes para financiar suas campanhas eleitorais de 2011 e 2016, nas quais Keiko Fujimori ficou perto de conquistar a presidência do Peru.

Além da acusação inicial de lavagem de dinheiro, o MP acrescentou denúncias de obstrução de justiça, associação ilícita, falsidade genérica, fraude processual e organização criminosa.

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