Mundo

Após 25 anos de democracia, Chile muda seu sistema eleitoral

Projeto de lei que eliminou o sistema eleitoral binominal, considerado uma herança da ditadura de Augusto Pinochet, foi aprovado no final de janeiro


	Michelle Bachelet: "hoje é um grande dia para a democracia, deixamos para trás o sistema binominal que por tanto tempo limitou e prejudicou nossa representação política"
 (Cristobal Saavedra/Reuters)

Michelle Bachelet: "hoje é um grande dia para a democracia, deixamos para trás o sistema binominal que por tanto tempo limitou e prejudicou nossa representação política" (Cristobal Saavedra/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2015 às 14h44.

Santiago - A presidente chilena, Michelle Bachelet, promulgou nesta segunda-feira a lei que substitui o sistema eleitoral chileno binominal herdado da ditadura, que "prejudicava" a democracia em palavras da governante, por um proporcional.

"Hoje é um grande dia para a democracia, deixamos para trás o sistema binominal que por tanto tempo limitou e prejudicou nossa representação política", disse a governante.

"Após 25 anos tiramos o ferrolho que distorcia a vontade das pessoas. Após um longa luta fica para trás um sistema que não refletia o que somos e também não nos permitia definir soberanamente o que almejamos como sociedade", destacou a governante.

O projeto de lei que eliminou o sistema eleitoral binominal, considerado uma herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), foi aprovado no final de janeiro depois de uma longa negociação entre a governante Nova Maioria e alguns setores da direita opositora que aceitaram a mudança.

"Esta vitória não se deve à imposição de um setor sobre outro, mas ao diálogo entre distintas sensibilidades políticas", disse Bachelet.

"Hoje com este novo sistema eleitoral proporcional e inclusivo devolvemos a cada cidadão o poder real de seu voto", acrescentou.

Mediante uma emenda da Lei Orgânica Constitucional sobre Votações Populares e Escrutínios, a nova lei abre a porta para modificação do número de senadores e deputados e a uma redistribuição dos distritos e circunscrições eleitorais.

De fato, a reforma promulgada estabelece um aumento dos deputados de 120 a 155 e de 38 a 50 no caso dos senadores.

Sob o sistema binominal até agora vigente eram eleitos dois representantes por cada distrito ou circunscrição.

Para que uma lista obtivesse as duas cadeiras devia somar mais de 66%, o que era bastante improvável; no entanto, com apenas 33%, a segunda lista mais votada conseguia a mesma representação que a primeira. EFE

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileEleiçõesGovernoLegislaçãoMichelle Bachelet

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem