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Apoio a presidente sul-coreano cai após acordo com o Norte

A percentagem de entrevistados que disseram não aprovar seu trabalho atingiu 35,6%, 6,3 pontos a mais

Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in: os dois países estão em guerra desde a década de 1950 (JUNG Yeon-Je/Reuters)

Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in: os dois países estão em guerra desde a década de 1950 (JUNG Yeon-Je/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 06h35.

Seul - O apoio ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, caiu para seu nível mais baixo desde que chegou ao poder, em maio do ano passado, de acordo com uma pesquisa publicada nesta quinta-feira, diante da polêmica pelo acordo com a Coreia do Norte para formar uma equipe conjunto de hóquei no gelo nos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang.

Na pesquisa, realizada pela empresa sul-coreana Realmeter, 59,8% dos entrevistados disseram apoiar o trabalho do liberal Moon, que é 6,2% a menos que na semana passada, e o menor nível de popularidade desde sua posse.

A percentagem de entrevistados que disseram não aprovar seu trabalho atingiu 35,6%, 6,3 pontos a mais.

A queda parece responder à polêmica gerada pelo acordo para que as duas Coreias, que tecnicamente estão em guerra desde a década de 1950, formem uma equipe conjunta de hóquei no gelo feminino para a disputa dos Jogos de Inverno, que terão início no dia 9 de fevereiro no condado sul-coreano de PyeongChang.

Parte da opinião pública sul-coreana considera injusto que as jogadoras da seleção nacional tenham que ceder minutos de jogo para as atletas do Norte, cuja equipe não se classificou para PyeongChang, e vê isso como uma concessão excessiva ao regime norte-coreano.

Uma petição on-line solicitando ao governo sul-coreano que dissolva a equipe conjunto colecionou mais de 54 mil assinaturas em uma semana.

A formação deste time é parte dos acordos históricos alcançados neste mês entre as duas Coreias, após anos de desencontro e tensão sobre o avanço nuclear do regime, para que o Norte participe dos Jogos e os dois países desfilem juntas sob a chamada bandeira unificada na cerimônia de abertura.

O próprio Moon pediu aos cidadãos que apoiem estes acordos, argumentando que há muito em jogo e que pode facilitar um futuro diálogo para a desnuclearização de Pyongyang após um ano de 2017 marcado pelos testes de armas do regime e as trocas de ameaças com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O governo também pediu que os norte-coreanos sejam recebidos com o mesmo calor que os atletas dos outros países, além de evitar manifestações como a que aconteceu na última segunda-feira, em Seul, onde queimaram bandeiras da Coreia do Norte e fotos de Kim Jong-un.

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