Mundo

Apoio a Merkel diminui às vésperas de conversas sobre coalizão

Os conservadores de Merkel venceram uma eleição em setembro, abrindo caminho para seu 4º mandato, mas perderam apoio para a extrema-direita

Merkel: pesquisa mostrou que 47% dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021 (Stefanie Loos/Reuters)

Merkel: pesquisa mostrou que 47% dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021 (Stefanie Loos/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 10h39.

Berlim - Se Angela Merkel voltar a ser chanceler da Alemanha, quase metade dos eleitores gostaria que ela renunciasse logo, de acordo com uma pesquisa que indicou um sinal raro de que o apoio interno à líder mais influente da Europa pode estar minguando.

Os conservadores de Merkel venceram uma eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo, mas perderam apoio para a extrema-direita, e as conversas com os Verdes e com o pró-mercado Partido Democratas Livres da Alemanha (FDP, na sigla em alemão) para a formação de uma coalizão tripartite fracassaram em novembro.

Agora Merkel está depositando suas esperanças em um acordo com o Partido Social-Democrata (SPD) de centro-esquerda, que ficou em segundo na eleição, mas até agora não expressou entusiasmo com a ideia de renovar a 'grande coalizão' que governou o país entre 2013 e 2017.

A pesquisa YouGov, encomendada pela agência alemã DPA e publicada na edição desta quarta-feira do jornal Die Welt, mostrou que 47 por cento dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021, quando seu quarto mandato terminaria - mais do que os 36 por cento de uma sondagem realizada no início de outubro.

Em contraste, 36 por cento prefere que ela cumpra os quatro anos - eram 44 por cento três meses atrás.

O SPD, que perdeu terreno entre os eleitores depois de formar a coalizão com Merkel, vem relutando em se comprometer com uma reedição da aliança, já que sua base partidária deve continuar cética.

Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores alemão e ex-líder do SPD, adotou uma postura rígida nesta quarta-feira no diário de grande vendagem Bild.

"Se a chancelaria continuar a rejeitar todas as propostas de reforma da UE (União Europeia), não haverá coalizão com o SPD".

O atual líder dos Social-Democratas, Martin Schulz, defende uma reforma da zona do euro e pediu a criação dos Estados Unidos da Europa até 2025.

Gabriel também disse que os conservadores precisam reformar o sistema de saúde para diminuir a diferença entre a saúde particular e a pública.

Uma pesquisa da empresa INSA publicada no Bild mostra um crescimento de dois pontos para os conservadores de Merkel, que chegaram a 33 por cento das preferências, e o SPD recuando meio ponto e ficando com 20,5 por cento.

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que capitalizou os temores do eleitorado a respeito da desigualdade crescente e o impacto da crise imigratório europeia na Alemanha e estreou no Parlamento em setembro, perdeu um ponto e apareceu com 13 por cento.(Por Madeline Chambers)

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela Merkel

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame