Anticoncepcional: a ordem de proibição foi emitida depois das queixas que esses anúncios não podem ser vistos por não serem aceitáveis em uma sociedade muçulmana (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2016 às 15h41.
Islamabad - A Autoridade Reguladora de Veículos de Mídia Eletrônicos do Paquistão (PEMRA, na sigla em inglês) proibiu os anúncios de anticoncepcionais em rádio e televisão por considerá-los contrários ao islã, após receber queixas de pais pelas perguntas curiosas de seus filhos.
A ordem de proibição "foi emitida depois das queixas que esses anúncios não podem ser vistos enquanto se está sentado com a família e por não serem aceitáveis em uma sociedade muçulmana", disse o porta-voz da PEMRA, Muhammad Tahir, à Agência Efe nesta sexta-feira.
O porta-voz indicou que, "para evitar críticas", a diretriz foi enviada a televisões e rádios sem ser divulgada por redes sociais como a conta oficial da entidade no Twitter.
"O público geral está muito preocupado com a exposição de tais produtos perante crianças inocentes, que são curiosas sobre as características e uso de produtos", adverte a ordem à qual a Efe teve acesso.
O texto acrescenta que "os pais mostraram apatia na publicidade de tais produtos e exigiram sua proibição".
A autoridade ordenou que os anúncios deixem de ser emitidos de forma imediata e advertiu de ações legais contra os que descumprirem a diretriz.
O debate sobre o controle dos veículos de comunicação e das redes digitais é habitual no Paquistão e está marcado pela grande influência que setores religiosos fundamentalistas têm no país asiático.
Cerca de 98% dos 200 milhões dos habitantes são muçulmanos no Paquistão, o primeiro país a declarar-se como república islâmica.