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Angela Merkel afirma que terrorismo é "perigo latente"

A chanceler alemã reconheceu, porém, que "a cooperação internacional funciona de maneira extraordinária" para combater as ameaças

Merkel: "não foi só Nova York, mas também Madri e Londres. Devemos demonstrar que somos capazes de defender nossa forma de vida" (Getty Images)

Merkel: "não foi só Nova York, mas também Madri e Londres. Devemos demonstrar que somos capazes de defender nossa forma de vida" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 10h59.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta sexta-feira que o terrorismo "é um perigo latente" e que é preciso "atenção a todo momento", embora tenha reconhecido que "a cooperação internacional funciona de maneira extraordinária" para combater as ameaças.

As declarações foram feitas em entrevista à emissora de televisão RTL, em ocasião do décimo aniversário dos atentados de 11 de setembro. Merkel lembrou que "após o final da Guerra Fria, todos tinham a esperança de que os grandes conflitos haviam ficado para trás".

"Esta esperança não durou muito. Agora vemos que não encontramos a estratégia definitiva para enfrentar as ameaças desiguais de grupos, não de Estados contra Estados", comenta a chanceler. Merkel destacou que o terrorismo "é a nova grande ameaça, e a comunidade internacional terá que trabalhar muito até aprender a enfrentá-la".

A chanceler justificou a presença de militares alemães no Afeganistão dizendo que se trata de defender a segurança do país. "Não foi só Nova York, mas também Madri e Londres. Devemos demonstrar que somos capazes de defender nossa forma de vida".

A reação solidária com os Estados Unidos do chanceler alemão da época, o social-democrata Gerhard Schröder, foi aprovada por Merkel. Para ela, Schröder "fez o correto" ao se comprometer com o envio de soldados alemães ao Afeganistão. "Todos nós tínhamos a sensação de que era necessário assumir a responsabilidade", afirmou.

A atual chanceler considerou que será possível acabar com a relação entre o talibã e Al Qaeda. Entretanto, reconheceu que a opção militar não é suficiente para resolver os problemas no país asiático.

Merkel lembrou que viveu os atentados de 11 de setembro em seu escritório de presidente da União Democrata-Cristã. Afirmou que levou algum tempo para "digerir os acontecimentos", mas "não teve medo diretamente, apesar de ter consciência de que algo terrível acontecia".

A comparação entre os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria do ponto de vista emocional foi descartada pela chanceler.

"São completamente diferentes, já que a queda do Muro foi um acontecimento extremamente positivo, que abria novas possibilidades", enquanto o 11 de setembro "foi uma experiência muito negativa, de efeitos destrutivos, que mostrou a fragilidade dos Estados liberais", justifica.

O 11 de setembro fez com que fosse preciso "buscar um novo equilíbrio entre liberdade e segurança", enquanto a queda do Muro de Berlim "foi o triunfo da liberdade", destacou a chefe do governo alemão.

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