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Americano detido na Coreia do Norte confessa roubo de cartaz

Warmbier admitiu em sua primeira aparição pública após ter sido detido que tentou carregar o artigo político de uma área reservada do hotel Yanggakdo

Otto Frederick Warmbier: "Meu objetivo era causar dano à motivação e a ética de trabalho do povo coreano", declarou o estudante (Kyodo/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 08h49.

Seul - Otto Frederick Warmbier, estudante americano detido na Coreia do Norte há um mês, confessou nesta segunda-feira durante uma entrevista coletiva em Pyongyang ter tentado roubar um cartaz de propaganda política do hotel no qual estava hospedado.

Warmbier, estudante de 21 anos da Universidade da Virgínia, admitiu em sua primeira aparição pública após ter sido detido que tentou carregar o artigo político de uma área reservada do hotel Yanggakdo, na capital norte-coreana, segundo a imprensa local.

O acusado, cuja confissão poderia ter sido forçada pelas autoridades da Coreia do Norte, reconheceu que atuou a pedido de uma igreja protestante metodista de Ohio e também mencionou o envolvimento do governo dos Estados Unidos.

"Meu objetivo era causar dano à motivação e a ética de trabalho do povo coreano", declarou o estudante na confissão divulgada pela agência estatal "KCNA", após dizer que a "missão" lhe foi encomendada por uma diaconisa da igreja em questão chamada Sharon Webb.

De acordo com o estudante, Sharon lhe ofereceu um carro usado no valor de US$ 10 mil e prometeu dar a sua família US$ 200 mil caso ele fosse detido, de acordo com a confissão.

"Ela me disse que ao obter o cartaz danificaria a unidade e a motivação do povo da Coreia do Norte e insultaria o país em nome do Ocidente", afirmou o jovem, segundo a "KCNA". Ele ainda disse que roubou o cartaz motivado pela Sociedade Z, uma organização de sua universidade, e com a conivência do governo americano.

Por fim, ele revelou que a CIA tinha conhecimento de sua "missão" e mencionou um suposto plano de Washington para prejudicar a Coreia do Norte "por todos os meios" através da igreja metodista.

Espera-se que Warmbier seja libertado, da mesma forma que outros compatriotas retidos anteriormente no país, mas ainda não há prazo para que isso aconteça.

E não será estranho que, uma vez em casa, se retrate de sua confissão, como já aconteceu com outros detidos em território norte-coreano.

Em 22 de janeiro deste ano, Pyongyang anunciou a detenção do estudante americano por "atos hostis" contra o regime, e desde então não tinha dado outras informações sobre o assunto.

Otto Warmbier, que tinha entrado como turista no país, é um dos três ocidentais detidos na Coreia do Norte, todos eles por supostamente cometer atos contra o regime de Kim Jong-un.

Os outros dois são Hyeon Soo-Lim, um pastor cristão nascido no Canadá e condenado a prisão perpétua, e Kim Dong-Chul, um sul-coreano naturalizado americano.

Em outubro, Pyongyang libertou outro estudante americano da Universidade de Nova York, que permaneceu retido por seis meses ao ser acusado de entrar ilegalmente no país.

A Coreia do Norte já utilizou em outras ocasiões as detenções de cidadãos americanos para tentar iniciar negociações políticas com Washington, já que os dois países não mantêm relações diplomáticas.

O caso atual aconteceu em um momento de tensão, depois que a Coreia do Norte realizou um teste nuclear e outro de mísseis nos últimos dois meses, o que provavelmente renderá uma dura punição do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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Seul - Otto Frederick Warmbier, estudante americano detido na Coreia do Norte há um mês, confessou nesta segunda-feira durante uma entrevista coletiva em Pyongyang ter tentado roubar um cartaz de propaganda política do hotel no qual estava hospedado.

Warmbier, estudante de 21 anos da Universidade da Virgínia, admitiu em sua primeira aparição pública após ter sido detido que tentou carregar o artigo político de uma área reservada do hotel Yanggakdo, na capital norte-coreana, segundo a imprensa local.

O acusado, cuja confissão poderia ter sido forçada pelas autoridades da Coreia do Norte, reconheceu que atuou a pedido de uma igreja protestante metodista de Ohio e também mencionou o envolvimento do governo dos Estados Unidos.

"Meu objetivo era causar dano à motivação e a ética de trabalho do povo coreano", declarou o estudante na confissão divulgada pela agência estatal "KCNA", após dizer que a "missão" lhe foi encomendada por uma diaconisa da igreja em questão chamada Sharon Webb.

De acordo com o estudante, Sharon lhe ofereceu um carro usado no valor de US$ 10 mil e prometeu dar a sua família US$ 200 mil caso ele fosse detido, de acordo com a confissão.

"Ela me disse que ao obter o cartaz danificaria a unidade e a motivação do povo da Coreia do Norte e insultaria o país em nome do Ocidente", afirmou o jovem, segundo a "KCNA". Ele ainda disse que roubou o cartaz motivado pela Sociedade Z, uma organização de sua universidade, e com a conivência do governo americano.

Por fim, ele revelou que a CIA tinha conhecimento de sua "missão" e mencionou um suposto plano de Washington para prejudicar a Coreia do Norte "por todos os meios" através da igreja metodista.

Espera-se que Warmbier seja libertado, da mesma forma que outros compatriotas retidos anteriormente no país, mas ainda não há prazo para que isso aconteça.

E não será estranho que, uma vez em casa, se retrate de sua confissão, como já aconteceu com outros detidos em território norte-coreano.

Em 22 de janeiro deste ano, Pyongyang anunciou a detenção do estudante americano por "atos hostis" contra o regime, e desde então não tinha dado outras informações sobre o assunto.

Otto Warmbier, que tinha entrado como turista no país, é um dos três ocidentais detidos na Coreia do Norte, todos eles por supostamente cometer atos contra o regime de Kim Jong-un.

Os outros dois são Hyeon Soo-Lim, um pastor cristão nascido no Canadá e condenado a prisão perpétua, e Kim Dong-Chul, um sul-coreano naturalizado americano.

Em outubro, Pyongyang libertou outro estudante americano da Universidade de Nova York, que permaneceu retido por seis meses ao ser acusado de entrar ilegalmente no país.

A Coreia do Norte já utilizou em outras ocasiões as detenções de cidadãos americanos para tentar iniciar negociações políticas com Washington, já que os dois países não mantêm relações diplomáticas.

O caso atual aconteceu em um momento de tensão, depois que a Coreia do Norte realizou um teste nuclear e outro de mísseis nos últimos dois meses, o que provavelmente renderá uma dura punição do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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