Desde abril, Pequim tomou uma série de medidas para conter a especulação imobiliária (Teh Eng Koon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2010 às 14h58.
São Paulo - A mudança na descrição da política monetária da China, de "moderadamente frouxa" para "prudente", será seguida de aumentos moderados e graduais nas taxas de juros, já que as autoridades não devem frear a economia bruscamente da noite para o dia, disse o jornal oficial China Daily em sua edição de sábado, citando um assessor do banco central.
Segundo o jornal, o assessor do Banco do Povo da China Li Daokui disse que os responsáveis pela política monetária na China levarão em consideração o impacto do aumento dos juros no mercado acionário chinês e nos mercados financeiros globais.
Li é um dos três assessores acadêmicos do banco central chinês. Comentários desses assessores não representam necessariamente a opinião das autoridades, já que eles não estão diretamente envolvidos nas decisões de política monetária.
A nova descrição sinaliza uma mudança de ênfase na política do governo, a fim de priorizar o combate à inflação. Até certo ponto, a medida apenas formaliza uma transição que já vem ocorrendo há vários meses, desde que a China gradativamente passou a se concentrar mais em conter a inflação e as bolhas especulativas, abandonando o foco exclusivo na promoção do crescimento que prevaleceu durante a crise financeira global e em seus desdobramentos.
Desde abril, Pequim tomou uma série de medidas para conter a especulação imobiliária e os aumentos dos preços dos imóveis. Em outubro, o banco central chinês elevou a taxa básica de juros pela primeira vez em quase três anos, e em novembro aumentou duas vezes o depósito compulsório dos bancos. As informações são da Dow Jones.