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Alta de combustíveis pode ser antecipada para 2º semestre

A urgência de reforçar o caixa da Petrobras e as eleições presidenciais devem levar o governo a antecipar do ano que vem para o segundo semestre de 2013 mais um aumento

Junto com o acréscimo de 4,3% do combustível no fim de janeiro, economista calcula que haveria um aumento total de 9,7% do preço da gasolina para os consumidores (Jeff J Mitchell/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 08h58.

São Paulo - A urgência de reforçar o caixa da Petrobras para viabilizar seu programa bilionário de investimentos no médio prazo e as eleições presidenciais de 2014 devem levar o governo a antecipar do ano que vem para o segundo semestre de 2013 mais um aumento de combustíveis .

Segundo as consultorias, LCA, Tendências e Rosenberg, as desonerações tributárias neste ano, especialmente sobre produtos da cesta básica, vão colaborar para que o Poder Executivo não enfrente o ônus político de um novo reajuste da gasolina poucos meses antes das eleições de 2014.

De acordo com a economista e sócia da Tendências, Alessandra Ribeiro, o governo deve elevar o preço da gasolina em 5% na bomba entre julho e dezembro deste ano, o que elevaria em 0,2 ponto porcentual o IPCA em 2013.

Junto com o acréscimo de 4,3% do combustível no fim de janeiro, ela calcula que haveria um aumento total de 9,7% do preço da gasolina para os consumidores.

"Isso representaria um impacto direto no IPCA de 0,37 ponto porcentual neste ano", comentou. Contudo, ela ressalta que a desoneração de produtos da cesta básica deve retirar daquele índice de inflação 0,45 ponto porcentual em 2013. Ou seja, a redução de preços de alimentos da cesta cobrirá com pequena folga o impacto sobre a inflação das altas da gasolina neste ano.


Os aumentos dos combustíveis serão adotados especialmente para que a Petrobrás tenha maior fôlego de recursos. Os investimentos da estatal atingiram R$ 84,1 bilhões em 2012 e, segundo a companhia, devem atingir R$ 97,7 bilhões em 2013.

A Petrobrás ainda não informou quanto pretende aplicar em 2014, mas o seu plano de negócios prevê gasto de US$ 236,7 bilhões entre este ano e 2017.

Segundo o economista da LCA, Fábio Romão, ainda há uma defasagem de 16% da gasolina e de 28% para o diesel ante os preços internacionais. Levando em conta também as eleições de 2014, será inevitável um novo aumento dos dois combustíveis no segundo semestre, já que um aumento no ano que vem seria uma iniciativa impopular.

"Como o preço da gasolina influencia diretamente o do álcool, o etanol deve subir também mais 4% nos postos", ponderou Romão.

Para a economista da consultoria Rosenberg, Priscila Godoy, um reajuste da gasolina no segundo semestre seria de 6%. Junto com a elevação já concedida, os aumentos vão agregar ao IPCA entre 0,35 e 0,4 ponto porcentual neste ano.

Contudo, ela também acredita que esse efeito será coberto pelas desonerações da cesta básica, que devem aliviar a inflação também em 0,4 ponto porcentual em 2013.

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São Paulo - A urgência de reforçar o caixa da Petrobras para viabilizar seu programa bilionário de investimentos no médio prazo e as eleições presidenciais de 2014 devem levar o governo a antecipar do ano que vem para o segundo semestre de 2013 mais um aumento de combustíveis .

Segundo as consultorias, LCA, Tendências e Rosenberg, as desonerações tributárias neste ano, especialmente sobre produtos da cesta básica, vão colaborar para que o Poder Executivo não enfrente o ônus político de um novo reajuste da gasolina poucos meses antes das eleições de 2014.

De acordo com a economista e sócia da Tendências, Alessandra Ribeiro, o governo deve elevar o preço da gasolina em 5% na bomba entre julho e dezembro deste ano, o que elevaria em 0,2 ponto porcentual o IPCA em 2013.

Junto com o acréscimo de 4,3% do combustível no fim de janeiro, ela calcula que haveria um aumento total de 9,7% do preço da gasolina para os consumidores.

"Isso representaria um impacto direto no IPCA de 0,37 ponto porcentual neste ano", comentou. Contudo, ela ressalta que a desoneração de produtos da cesta básica deve retirar daquele índice de inflação 0,45 ponto porcentual em 2013. Ou seja, a redução de preços de alimentos da cesta cobrirá com pequena folga o impacto sobre a inflação das altas da gasolina neste ano.


Os aumentos dos combustíveis serão adotados especialmente para que a Petrobrás tenha maior fôlego de recursos. Os investimentos da estatal atingiram R$ 84,1 bilhões em 2012 e, segundo a companhia, devem atingir R$ 97,7 bilhões em 2013.

A Petrobrás ainda não informou quanto pretende aplicar em 2014, mas o seu plano de negócios prevê gasto de US$ 236,7 bilhões entre este ano e 2017.

Segundo o economista da LCA, Fábio Romão, ainda há uma defasagem de 16% da gasolina e de 28% para o diesel ante os preços internacionais. Levando em conta também as eleições de 2014, será inevitável um novo aumento dos dois combustíveis no segundo semestre, já que um aumento no ano que vem seria uma iniciativa impopular.

"Como o preço da gasolina influencia diretamente o do álcool, o etanol deve subir também mais 4% nos postos", ponderou Romão.

Para a economista da consultoria Rosenberg, Priscila Godoy, um reajuste da gasolina no segundo semestre seria de 6%. Junto com a elevação já concedida, os aumentos vão agregar ao IPCA entre 0,35 e 0,4 ponto porcentual neste ano.

Contudo, ela também acredita que esse efeito será coberto pelas desonerações da cesta básica, que devem aliviar a inflação também em 0,4 ponto porcentual em 2013.

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