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Alepo: um Patrimônio da Humanidade ameaçado pelo conflito

Recuperar o controle total de Aleppo se transformou em um alvo fundamental para o regime de Bashar al Assad

Aleppo, Síria: Sua importância histórica e cultural é enorme e em boa medida se deve à sua posição geográfica (Wikimedia Commons)

Aleppo, Síria: Sua importância histórica e cultural é enorme e em boa medida se deve à sua posição geográfica (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 21h37.

Redação Central - A cidade síria de Alepo, alvo de bombardeios e palco de violentos combates entre os rebeldes e as forças do regime nos últimos dias, é a segunda urbe do país, sua capital industrial e financeira e, desde 1986, faz parte do Patrimônio da Humanidade.

Situada ao noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia, cerca de 350 quilômetros ao norte da capital Damasco, esta cidade milenar é a mais povoada do país, com cerca de três milhões de habitantes.

Recuperar o controle total de Alepo, onde alguns bairros foram tomados pelos rebeldes nas últimas semanas, se transformou em um alvo fundamental para o regime de Bashar al Assad, principalmente pela importância econômica da cidade.

Alepo (seu nome em árabe é Halab) tem pelo menos seis mil anos de história e é considerada uma das cidades mais antigas do mundo que permaneceram habitadas.

Sua importância histórica e cultural é enorme e em boa medida se deve à sua posição geográfica, na encruzilhada de várias rotas comerciais que uniam Oriente e Ocidente.

Isto favoreceu a criação de um patrimônio monumental de grande riqueza, reflexo das sucessivas dominações da cidade por parte de hititas, assírios, gregos, romanos, omíadas, mongóis, mamelucos e otomanos.

Entre suas atrações destacam-se a cidadela medieval, o mercado e as quase mil mesquitas distribuídas pela parte antiga - entre elas a Grande Mesquita Omíada, cujas obras começaram no século 8.


A maioria dos habitantes de Alepo é formada por muçulmanos sunitas, muitos deles árabes, mas também há um grande núcleo curdo. Além disso, a cidade conta com a percentagem mais elevada de cristãos da Síria.

Em 2006, Alepo foi capital da Cultura Islâmica, o que permitiu que fossem restaurados alguns dos templos e monumentos mais emblemáticos da cidade.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) já pediu proteção para o patrimônio cultural de Alepo, em situação de risco cada vez maior pelos intensos combates registrados atualmente na cidade.

Alepo é um dos locais sírios inscritos na lista do Patrimônio da Humanidade, junto com Damasco, Palmira, Bosra, o Krak dos Cavaleiros e o Castelo de Saladino e os povoados antigos do norte da Síria.

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