Acordo UE-Mercosul: Alemanha faz novos gestos para defender acordo, e França tenta barrar
Países tem posições opostas sobre aliança comercial; até o momento, franceses são os maiores opositores de parceria
Agência de notícias
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 11h36.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 12h28.
Representantes da Alemanha e da França s e reuniram nesta quinta-feira, 21, e reafirmaram suas posições claramente divergentes sobre a eventual assinatura de um acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse ao chegar à reunião que a assinatura do acordo seria de enorme importância estratégica para a UE em face das possíveis tensões tarifárias com os EUA e a China.
Por sua vez, a ministra do Comércio Exterior da França, Sophie Primas , reafirmou a oposição de seu país ao acordo e disse que a reunião do dia permite “um diálogo de persuasão” com seus colegas europeus.
A França busca aliados dentro da UE para formar a chamada “minoria de bloqueio” para a assinatura do acordo. Até o momento, garantiu a adesão da Itália e agora concentra seus esforços em trazer a Polônia para o acordo.
“Vocês conhecem a posição da França, que se opõe à assinatura do acordo do Mercosul em sua forma atual. Esperamos que o Acordo de Paris seja uma cláusula essencial” do acordo entre europeus e sul-americanos, disse Primas ao chegar à reunião.
O secretário de Estado do Desenvolvimento da Polônia, Ignacy Niemczycki, disse que “nossos agricultores indicaram ao governo polonês que têm medo das importações. Portanto, estamos abertos a buscar soluções".
Habeck, por sua vez, argumentou que a importância de fechar o acordo vai além da proteção dos interesses dos agricultores.
“Finalizar este acordo agora seria a resposta certa a esta tendência de fechamentos, tarifas e barreiras comerciais”, disse ele.
Além disso, em uma mensagem sutil para a França, ele acrescentou que “a Europa deve perceber que precisa agir e de forma unida e coerente. É do interesse de todos os Estados-membros não se deixarem dividir”.
Enquanto isso, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, apenas comentou ao chegar à reunião que “as negociações com o Mercosul ainda estão em andamento. Estamos progredindo, mas eu não mencionaria prazos neste momento”.
O ministro do Comércio Exterior da Suécia, Banjamin Dousa, disse que seu país “será a voz mais clara a favor do livre comércio durante essa reunião (...). Estamos falando sobre o Mercosul e o México há algum tempo. Chegou a hora da cerimônia de assinatura".
A ministra das Relações Exteriores da Letônia, Baiba Braze, observou que “continuamos negociando com o Mercosul e espero que os países que ainda estão hesitantes aumentem sua participação de forma positiva nessa questão”.