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Ala jovem do partido de Merkel exige mudanças após coalizão

Chanceler alemã causou desconfortos em seu partido após fazer enormes concessões ao Partido Social-Democrata na busca por um acordo de coalizão

Merkel: descontentamento é tão profundo que seus partidários estão até começando a falar sobre quem deve substituí-la eventualmente (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Merkel: descontentamento é tão profundo que seus partidários estão até começando a falar sobre quem deve substituí-la eventualmente (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 11h22.

Berlim - A ala jovem dos conservadores da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, exigiu nesta sexta-feira que o partido se renove e prepare um sucessor, alertando que a legenda não tem muito tempo agora que firmou um acordo de coalizão muito criticado com os sociais-democratas.

Desesperada para montar um governo e encerrar mais de quatro meses de limbo político na maior economia da Europa, Merkel fez enormes concessões ao Partido Social-Democrata (SPD) e aborreceu muitos correligionários por ter cedido o influente Ministério das Finanças.

A chanceler, que durante muito tempo pareceu impermeável às críticas de seus próprios colegas, vem enfrentando uma avalanche de queixas desde o acordo de quarta-feira, que deixou os conservadores com seis ministros -- o mesmo número do SPD, que se saiu consideravelmente pior na eleição nacional de setembro.

O descontentamento é tão profundo que seus partidários estão até começando a falar sobre quem deve substituí-la eventualmente.

Isso assinala uma grande mudança, já que até então Merkel não havia se deparado com nenhum desafio real ao seu domínio nos mais de 12 anos que passou no comando do ator político mais destacado do continente.

Alguns comentaristas insinuaram que uma revisão de meio de mandato, que ocorre dois anos após o início de um governo, poderia oferecer a Merkel a oportunidade de se retirar com elegância.

Paul Ziemiak, líder da ala jovem da União Democrata-Cristã (CDU) e da União Social-Cristã (CSU), que juntas compõem o bloco conservador de Merkel, disse que o partido precisa pensar sobre quem assumirá o lugar de Merkel, agora prestes a iniciar um quarto mandato.

Se a CDU não avançar com uma renovação que apresente rostos novos e aumente a diversidade, "o clima continuará muito, muito ruim", disse ele à rádio alemã Deutschlandfunk.

"Queremos que pessoas mais jovens, políticos mais jovens sejam parte do goveno e da liderança partidária. Não temos muito mais tempo".

Com cerca de 115 mil membros, a ala jovem, que afirma ser a maior organização política europeia para pessoas jovens, tem influência dentro da sigla.

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