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AIEA reitera que Irã está cumprindo determinações do acordo nuclear

A Agência Internacional de Energia Atômica afirmou que o Irã cumpre o acordo nuclear de 2015 e que o país passa por um forte regime de verificação nuclear

Trump: o presidente americano anunciou ontem a saída dos EUA do acordo nuclear do Irã (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: o presidente americano anunciou ontem a saída dos EUA do acordo nuclear do Irã (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de maio de 2018 às 10h55.

Viena - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta quarta-feira que o Irã continua cumprindo as determinações do acordo nuclear assinado com os países do G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, mais Alemanha) e do qual o presidente americano, Donald Trump, anunciou ontem a retirada de seu país.

"Até a data de hoje, a AIEA pode confirmar que os compromissos nucleares estão sendo implementados pelo Irã", indicou em comunicado o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano.

"O Irã está submetido ao regime de verificação nuclear mais rígido do mundo sob o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, o nome oficial do acordo nuclear na sigla em inglês), que é uma grande contribuição para a verificação (nuclear)", acrescentou o japonês.

"A AIEA está acompanhando de perto as evoluções relacionadas com o JCPOA. Tal como solicitou o Conselho de Segurança da ONU e foi autorizado pela Junta de Governadores da AIEA em 2015, a AIEA está verificando e supervisionando o cumprimento dos compromissos nucleares do Irã sob o JCPOA", afirmou Amano.

Trump anunciou ontem na Casa Branca que estava retirando os Estados Unidos do acordo nuclear e que voltará a impor "o nível mais alto de sanções econômicas" contra o Irã.

O tratado, negociado durante quase dois anos entre o Irã e o G5+1, prevê grandes limitações ao programa nuclear iraniano para evitar o desenvolvimento de armamento atômico.

Em troca dessas restrições, que duram entre 10 e 25 anos, os países do G5+1 suspenderam parte das sanções contra o Irã.

Trump, que era contrário ao JCPOA desde um princípio, até mesmo antes de ser presidente, garante que o Irã é um regime terrorista que, no fundo, nunca renunciou a seu desejo de possuir armas nucleares.

Alguns especialistas acreditam que a ruptura do JCPOA por parte dos EUA e a restauração das sanções têm como objetivo prejudicar a economia iraniana para forçar uma mudança de regime no país.

A AIEA investiga e supervisiona o programa nuclear do Irã de forma minuciosa desde 2003, e mantém desde 2016 - quando entrou em vigor o JCPOA - um amplo dispositivo de vigilância para verificar o cumprimento do acordo.

O próximo relatório da AIEA sobre o cumprimento do acordo da parte iraniana está previsto para ser divulgado dentro de duas semanas.

Além disso, na primeira semana de junho, acontecerá a próxima reunião da Junta de Governadores da AIEA, o órgão executivo da agência nuclear da ONU, que será dominado por este tema.

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