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Aiea pede ao Irã que esclareça programa nuclear

A agência suspeita que o país desenvolve uma bomba nuclear

Yukiya Amano destacou que, após anos de análise, seus especialistas consideram que as informações recebidas sobre as supostas atividades são 'confiáveis'  (Getty Images)

Yukiya Amano destacou que, após anos de análise, seus especialistas consideram que as informações recebidas sobre as supostas atividades são 'confiáveis' (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 08h58.

Viena - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, pediu nesta quinta-feira ao Irã que esclareça a possível dimensão militar de seu polêmico programa nuclear.

Em discurso diante do conselho de governadores da agência nuclear da ONU em Viena, Amano destacou que após anos de análise seus especialistas consideram que as informações recebidas sobre as supostas atividades são 'confiáveis' e 'consistentes'.

'A informação (recebida de mais de dez países) indica que o Irã desempenhou atividades relevantes para o desenvolvimento de uma bomba nuclear', garantiu o diretor-geral.

'Peço ao Irã que instaure contatos substanciais com a Aiea sem demoras e que forneça os esclarecimentos exigidos sobre as possíveis dimensões militares de seu programa nuclear', acrescentou.

O Conselho de Governadores, reunido entre esta quinta e sexta-feira para deliberar sobre o programa nuclear iraniano, deve adotar uma resolução que condene a República Islâmica por suas atividades.

A Agência Efe teve acesso à minuta da resolução, que expressa uma 'profunda e crescente preocupação' com o Irã, embora não faça menção de uma nova denúncia perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde o caso iraniano é abordado desde 2006.

Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha se colocaram de acordo sobre a resolução, considerada por alguns diplomatas como um 'ato simbólico', mas sem consequências legais para o Irã.

Após a publicação do último relatório sobre a República Islâmica, os Governos da Rússia e China criticaram a AIEA por considerar que o documento se baseia em 'especulações', em referência às informações entregues à agência pelos serviços de inteligência de cerca de dez países.

Amano respondeu às críticas dizendo que é seu dever 'compartilhar informação importante com os países-membros (da AIEA) que passou por uma análise rigorosa'.

'Durante os últimos três anos recebemos informações adicionais que nos dão uma imagem mais plena sobre o programa nuclear iraniano e que aumentam nossas preocupações sobre possíveis dimensões militares', disse o diplomata japonês.

Nesta quinta-feira Amano concluiu que as informações 'em seu conjunto são confiáveis e consistentes quanto a seu conteúdo técnico'.

O relatório, emitido na última semana, contém um anexo de 15 páginas, que pela primeira vez enumera com detalhes as alegações contra a República Islâmica, incluindo uma explicação a confiabilidade desses indícios.

Amano destaca que o Irã teria trabalhado no desenvolvimento do que qualifica como um 'desenho próprio' para uma arma nuclear.

Além disso, ele se refere a experimentos com explosivos especiais, modelos informáticos e o desenvolvimento de detonadores, entre outras atividades relevantes para a construção de uma bomba.

Uma fonte diplomática próxima da Aiea disse na última semana que 'os assuntos detalhados dão uma imagem bastante exaustiva do que se necessita para construir uma arma nuclear'.

O Conselho de Governadores da Aiea, ao qual pertencem 35 países, denunciou o Irã em 2006 no Conselho de Segurança da ONU, que desde então ditou quatro rodadas de sanções contra a República Islâmica.

O mais recente relatório do organismo sobre o Irã chegou acompanhado por crescentes rumores e debates públicos sobre um possível ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã.

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