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AI pede ao COI que não ignore violações dos direitos humanos

A rganização solicitou que pergunte às autoridades pelo "assédio aos ecologistas e pela violação dos direitos à liberdade de expressão, associação e reunião"


	Sochi: "A tocha olímpica iluminou as violações de direitos humanos na Rússia e colocou luz também sobre as medidas do COI para freá-las", lamentou Salil Shetty
 (Phil Noble/Reuters)

Sochi: "A tocha olímpica iluminou as violações de direitos humanos na Rússia e colocou luz também sobre as medidas do COI para freá-las", lamentou Salil Shetty (Phil Noble/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 16h15.

Londres - A Anistia Internacional pediu nesta segunda-feira ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que "não ignore as graves violações dos direitos humanos" e o "assédio aos ecologistas" cometidos na Rússia por conta dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.

Em carta enviada ao presidente do COI, Thomas Bach, a organização solicitou que pergunte às autoridades russas pelo "assédio aos ecologistas e pela violação dos direitos à liberdade de expressão, associação e reunião", que supostamente estão ocorrendo em Sochi.

"A tocha olímpica iluminou as violações de direitos humanos na Rússia e colocou luz também sobre as medidas do COI para freá-las", lamentou Salil Shetty, secretária-geral da AI em comunicado emitido em Londres.

Shetty considerou que "ao não questionar as autoridades russas por sua constante discriminação e assédio, (o COI) fracassou em manter vivos os princípios da Carta Olímpica",

A organização pediu ao COI que tome medidas para frear as "flagrantes" violações de direitos humanos no contexto dos Jogos Olímpicos, que começaram no sábado e terminarão em 23 de fevereiro.

A AI também indicou que se o COI não há nada para evitá-las, suporá "uma traição ao objetivo principal da Carta Olímpica: a defesa do espírito da amizade, da solidariedade e o fair play".

Os ecologistas Igor Khartchenko e Evgeny Vitishko foram detidos "injustamente" na semana passada, segundo indica em seu comunicado a AI, que os classifica de "presos de consciência".

Khartchenko, que declarou greve de fome ao ser detido e foi finalmente liberado ontem, afirmou à AI que o tratamento dado pela Polícia foi "atroz".

"A Polícia não dá comida e nem bebida, e é preciso ficar chamando na grade durante meia hora para que te deixem tomar banho. Se você tem sede, falam para tomar água da torneira do banheiro. Nas celas faz frio, cinco graus, e uma temperatura extremamente gélida durante a noite. Não há camas, só bancos de 35 centímetros de largura", disse Khartchenko à AI.

Vitishko, que ficou preso por 15 dias após "dizer palavras que soam mal", será julgado nesta quarta-feira por acusações relacionadas com seu ativismo meio ambiental em Krasnodar, ao sul da Rússia, pelas quais poderia ser condenado a três anos de prisão, explicou a AI. 

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