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AI afirma que ataques em Goutha Oriental são crimes de guerra

"O Governo sírio, com o apoio da Rússia, está atacando de forma proposital seu próprio povo em Goutha Oriental", afirmou pesquisadora da AI

Anistia Internacional: "Os membros permanentes (do Conselho de Segurança), incluída a Rússia, não deveriam bloquear as medidas para pôr fim e reparar o grande número de atrocidades", disse pesquisadora Diana Semaan (Insight Mideast-Crisis/Syria-Aleppo-Fall Sana/Handout/Reuters)
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EFE

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 16h15.

Beirute - A ONG Anistia Internacional (AI) considerou nesta terça-feira que os ataques em Goutha Oriental, o principal reduto opositor dos arredores de Damasco, onde segundo ativistas 194 pessoas morreram nos últimos três dias, são crimes de guerra.

"O Governo sírio , com o apoio da Rússia , está atacando de forma proposital seu próprio povo em Goutha Oriental", afirmou a pesquisadora da AI sobre a Síria, Diana Semaan, em comunicado.

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Semaan acrescentou que "o povo (em Goutha Oriental) não só esteve sofrendo um assédio cruel nos últimos seis anos, mas agora está sofrendo com os ataques diários que estão matando e mutilando deliberadamente e que constituem crimes de guerra flagrante".

A pesquisadora da AI lamentou que "a comunidade internacional tenha permanecido junto ao Governo sírio" desde o início do conflito e lembrou que as autoridades do país árabe "cometeram crimes contra a humanidade e de guerra com total impunidade".

Na sua opinião, o Conselho de Segurança da ONU deve fazer cumprir com suas próprias resoluções, que pedem o fim dos assédios em áreas civis e os ataques contra a população, assim como o acesso humanitário sem impedimentos.

"Os membros permanentes (do Conselho de Segurança), incluída a Rússia, não deveriam bloquear as medidas para pôr fim e reparar o grande número de atrocidades", indicou.

Em consequência, Semaan ressaltou que é "imperativo" que o Conselho de Segurança mande uma mensagem contundente de que não haverá impunidade para aqueles que perpetrem crimes de guerra e contra a humanidade.

"A catástrofe na Síria proporciona um exemplo de livro-texto sobre o alto preço pago pelos civis pela impunidade perante atrocidades em massa", destacou.

Segundo a apuração do Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 194 pessoas morreram pelos bombardeios de aviões não-identificados e disparos de artilharia, estes últimos por parte das forças governamentais, em Guta Oriental desde o domingo.

Por sua parte, a agência de notícias oficial Sana informou hoje sobre a morte de pelo menos cinco pessoas e de 20 feridos pelo impacto de projéteis disparados desde Goutha Oriental contra várias zonas do centro de Damasco.

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