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Ahmadinejad escapa de bomba, mas Irã nega atentado

Presidente do Irã teria sofrido um ataque durante viagem oficial pelo país; governo atribui explosão a fogos de artifício

Mahmud Ahmadinejad durante a visita à cidade de Hamedan em que houve o suposto ataque (AFP)

Mahmud Ahmadinejad durante a visita à cidade de Hamedan em que houve o suposto ataque (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Teerrã - Uma explosão, oficialmente atribuída a uma bomba artesanal, na passagem do comboio presidencial leva a crer que nesta quarta-feira ocorreu uma tentativa de atentado contra o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, que viajava para Hamedan (oeste do Irã) e saiu ileso do suposto ataque.

As informações fornecidas pela imprensa internacional são contraditórias, já que alguns meios consideram mais provável a hipótese de um atentado, enquanto a imprensa oficial iraniana divulga a ocorrência de um acidente com uma bomba artesanal usada em comemorações.

Anunciada pelo site conservador Khabaronline.ir, que havia indicado a explosão de uma "granada" perto do comboio presidencial, a informação foi rapidamente desmentida pela Presidência iraniana.

A "granada" seria na verdade apenas um grande "bomba" que teria sido jogada por um partidário do presidente que estaria comemorando, declarou à AFP uma autoridade da Assessoria de Imprensa da Presidência.

Alguns iranianos às vezes fabricam eles mesmos potentes bombas artesanais em ocasião de eventos festivos, sobretudo para celebrar as festas de ano novo. Esses artefatos barulhentos podem chegar a ter o tamanho de uma bola de tênis causam vários acidentes todos os anos, gerado sucessivos alertas por parte das autoridades.

O Khabaronline.ir, site conservador considerado ligado ao presidente do Parlamento Ali Larijani, indicou que a explosão desta "granada" tinha sido registrada perto de um micro-ônibus de jornalistas que acompanhavam o presidente em Hamedan, e a cerca de cem metros do carro em que estava Ahmadinejad.


O site, o único meio a divulgar o incidente em um primeiro momento, não indicou se houve vítimas. Mas havia anunciado a prisão de um "agressor" enquanto a multidão gritava palavras de ordem hostis aos "hipócritas", aos mujahidines do povo, principal organização de oposição ao regime iraniano que a acusa de ser ligada a Israel.

A agência Fars confirmou em seguida a prisão da pessoa que havia jogado o artefato, que ela classificou de "granada artesanal", mencionando uma palavra persa (narenjak), utilizada frequentemente para designar as bombas fabricadas e arremessadas por alguns iranianos em ocasiões festivas.

A agência Mehr, citando testemunhas, mencionou uma "bomba sonora artesanal", que não feriu ninguém, mas que gerou uma grande coluna de fumaça. Segundo a mesma fonte, várias algumas teriam sido detidas após o incidente.

As agências Ilna e Isna utilizaram, por sua vez, o termo de "bomba" para descrever o artefato explosivo.

Ahmadinejad não fez menção alguma a este incidente no discurso pronunciado logo depois da explosão e transmitido ao vivo pela televisão iraniana.

O presidente iraniano afirmou em diversas oportunidades nos últimos meses que Israel, maior inimigo da República Islâmica, queria matá-lo.

"Os sionistas estúpidos contrataram mercenários para me assassinar", disse na segunda-feira durante um discurso em Teerã o presidente iraniano, que prega regularmente a destruição do Estado de Israel, suscitando a indignação internacional a negar o Holocausto.

"Está muito claro que as forças sionistas têm ordens para assassinar diferentes personalidades do mundo islâmico, (...) e um dos maiores inimigos do regime sionista é Ahmadinejad", afirmou na terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Ramin Mehmanparast.

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