Exame Logo

Ahmadinejad contesta críticas sobre programa nuclear do Irã

Llíder iraniano disse que todos os países têm o direito de desenvolver energia atômica, mas nenhum deles deveria possuir armas nucleares

Mahmoud Ahmadinejad: ''A questão nuclear é uma injustiça da ordem mundial" (©AFP / Atta Kenare)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 21h19.

Rio de Janeiro - O presidente do Irã , Mahmoud Ahmadinejad, contestou nesta quinta-feira o que considerou uma hipocrisia do Ocidente de criticar o programa nuclear de Teerã - que, segundo ele, tem fins apenas pacíficos - enquanto um pequeno grupo de países armazena armas atômicas.

Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro paralela à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o líder iraniano disse que todos os países têm o direito de desenvolver energia atômica, mas nenhum deles deveria possuir armas nucleares.

''A questão nuclear é uma injustiça da ordem mundial. Os países detentores desses armamentos são os mesmos que os usaram para atacar populações. Não poderiam ter essas armas'', afirmou Ahmadinejad.

Ele disse não entender por que o Irã está tanto sob pressão da comunidade internacional se são outros países que possuem armas atômicas. ''Por que tanta pressão sobre o Irã? Bomba? Sempre dissemos que não queremos''.

Para ele, alguns países usam uma ''dupla moral'' para contestar o programa nuclear iraniano com a intenção de interromper o crescimento da República Islâmica, e não poupou críticas a Israel. ''Por que os sionistas possuem a bomba (atômica) se ela é uma coisa ruim? Parece que, para eles, a bomba não é ruim, então o que eles rejeitam?'', questionou.

''Os que têm a bomba atômica é que são contra o Irã. Não pode haver discriminação contra as nações'', acrescentou.

Perguntado sobre as negociações empreendidas pelo grupo de países 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), Ahmadinejad disse que o principal obstáculo para o diálogo é ''a ordem mundial injusta''.


''A questão nuclear é um pretexto para convencer o Conselho de Segurança da ONU a se voltar contra o Irã. Nós sempre dissemos que, em vez de conflitos, queremos cooperação. Eles não querem isso'', declarou o líder.

Em sua opinião, o Brasil exerce um importante papel na mudança da ordem internacional. Ele elogiou o entendimento diplomático obtido entre Brasil, Irã e Turquia em 2010 para o relaxamento da polêmica nuclear e ironizou que a resposta desses esforços tenha sido uma resolução do Conselho de Segurança que sancionou Teerã semanas depois.

''Sempre fomos amigos dos países da América Latina. Não há pontos negativos, são amigos. É interessante desenvolver o máximo possível essas relações. É uma população calorosa, que busca justiça. É um ponto em comum entre o Irã e a América Latina'', destacou Ahmadinejad.

O líder criticou o uso da mídia para fazer propaganda contra o Irã e citou relatos que, segundo ele, denigrem a imagem do país, ''mostram o Irã como um povo atrasado, que vive na miséria''. ''Mas o Irã é um povo avançado, com tecnologia'', refutou.

Em relação à crise na Síria, ele enfatizou a necessidade de se fazer justiça no mundo. ''Cremos que o governo da Síria, com o diálogo e consenso com a oposição, devem chegar a uma solução. Os conflitos pioram a situação'', afirmou.

''Nosso problema na região é a intervenção dos poderes ocidentais. Eles, com isso, aumentam as divisões dos povos e põem os governos uns contra os outros. Querem aproveitar as riquezas desses povos'', complementou o líder.

Ahmadinejad negou que pretenda sair da política em breve e esclareceu que deseja voltar a trabalhar no campo acadêmico, mas sem descartar atividades públicas.

Por fim, o presidente iraniano ressaltou a importância das relações da República Islâmica com o Brasil e com a América Latina. ''Nossa cooperação é feita fora do alcance dos dominadores. Nós gostamos do povo do Brasil e da América Latina, por causa da justiça, da sinceridade'', disse.

Do lado de fora do hotel onde Ahmadinejad está hospedado e que foi o local da entrevista coletiva, um pequeno grupo de manifestantes estendeu faixas de protesto ao líder e à falta de liberdade religiosa no Irã. ''Presidente Ahmadinejad: no Brasil, o islamismo é livre. Faça com que o cristianismo também seja livre no Irã'', dizia uma das mensagens.

Veja também

Rio de Janeiro - O presidente do Irã , Mahmoud Ahmadinejad, contestou nesta quinta-feira o que considerou uma hipocrisia do Ocidente de criticar o programa nuclear de Teerã - que, segundo ele, tem fins apenas pacíficos - enquanto um pequeno grupo de países armazena armas atômicas.

Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro paralela à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o líder iraniano disse que todos os países têm o direito de desenvolver energia atômica, mas nenhum deles deveria possuir armas nucleares.

''A questão nuclear é uma injustiça da ordem mundial. Os países detentores desses armamentos são os mesmos que os usaram para atacar populações. Não poderiam ter essas armas'', afirmou Ahmadinejad.

Ele disse não entender por que o Irã está tanto sob pressão da comunidade internacional se são outros países que possuem armas atômicas. ''Por que tanta pressão sobre o Irã? Bomba? Sempre dissemos que não queremos''.

Para ele, alguns países usam uma ''dupla moral'' para contestar o programa nuclear iraniano com a intenção de interromper o crescimento da República Islâmica, e não poupou críticas a Israel. ''Por que os sionistas possuem a bomba (atômica) se ela é uma coisa ruim? Parece que, para eles, a bomba não é ruim, então o que eles rejeitam?'', questionou.

''Os que têm a bomba atômica é que são contra o Irã. Não pode haver discriminação contra as nações'', acrescentou.

Perguntado sobre as negociações empreendidas pelo grupo de países 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), Ahmadinejad disse que o principal obstáculo para o diálogo é ''a ordem mundial injusta''.


''A questão nuclear é um pretexto para convencer o Conselho de Segurança da ONU a se voltar contra o Irã. Nós sempre dissemos que, em vez de conflitos, queremos cooperação. Eles não querem isso'', declarou o líder.

Em sua opinião, o Brasil exerce um importante papel na mudança da ordem internacional. Ele elogiou o entendimento diplomático obtido entre Brasil, Irã e Turquia em 2010 para o relaxamento da polêmica nuclear e ironizou que a resposta desses esforços tenha sido uma resolução do Conselho de Segurança que sancionou Teerã semanas depois.

''Sempre fomos amigos dos países da América Latina. Não há pontos negativos, são amigos. É interessante desenvolver o máximo possível essas relações. É uma população calorosa, que busca justiça. É um ponto em comum entre o Irã e a América Latina'', destacou Ahmadinejad.

O líder criticou o uso da mídia para fazer propaganda contra o Irã e citou relatos que, segundo ele, denigrem a imagem do país, ''mostram o Irã como um povo atrasado, que vive na miséria''. ''Mas o Irã é um povo avançado, com tecnologia'', refutou.

Em relação à crise na Síria, ele enfatizou a necessidade de se fazer justiça no mundo. ''Cremos que o governo da Síria, com o diálogo e consenso com a oposição, devem chegar a uma solução. Os conflitos pioram a situação'', afirmou.

''Nosso problema na região é a intervenção dos poderes ocidentais. Eles, com isso, aumentam as divisões dos povos e põem os governos uns contra os outros. Querem aproveitar as riquezas desses povos'', complementou o líder.

Ahmadinejad negou que pretenda sair da política em breve e esclareceu que deseja voltar a trabalhar no campo acadêmico, mas sem descartar atividades públicas.

Por fim, o presidente iraniano ressaltou a importância das relações da República Islâmica com o Brasil e com a América Latina. ''Nossa cooperação é feita fora do alcance dos dominadores. Nós gostamos do povo do Brasil e da América Latina, por causa da justiça, da sinceridade'', disse.

Do lado de fora do hotel onde Ahmadinejad está hospedado e que foi o local da entrevista coletiva, um pequeno grupo de manifestantes estendeu faixas de protesto ao líder e à falta de liberdade religiosa no Irã. ''Presidente Ahmadinejad: no Brasil, o islamismo é livre. Faça com que o cristianismo também seja livre no Irã'', dizia uma das mensagens.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - PaísUsinas nucleares

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame