Mundo

Agricultores argentinos interromperão comércio em protesto

As principais associações rurais da Argentina anunciaram que vão interromper por cinco dias o comércio de grãos e carnes em protesto contra o governo


	Argentina: a soja paga um imposto de 35 % sobre a exportação, o mais alto de todos os grãos, mas as vendas externas da commodity não sofrem restrições, já que o consumo interno é escasso
 (REUTERS/Enrique Marcarian)

Argentina: a soja paga um imposto de 35 % sobre a exportação, o mais alto de todos os grãos, mas as vendas externas da commodity não sofrem restrições, já que o consumo interno é escasso (REUTERS/Enrique Marcarian)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 23h28.

Buenos Aires - As principais associações rurais da Argentina anunciaram nesta terça-feira que vão interromper por cinco dias o comércio de grãos e carnes em protesto contra a regulamentação do mercado feita pelo governo, que o setor vem enfrentando há anos.

A interrupção da comercialização de grãos e carnes, a partir do próximo sábado, não deve afetar os embarques do país, uma vez que as empresas exportadoras têm em sua maioria estoques para processar e exportar.

"O próximo passo (depois das reuniões que foram realizadas) é não comercializar (produtos agropecuários não perecíveis) da meia-noite de sábado (15) às 24h da quarta-feira (19)", disse Rubén Ferrero, presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), uma das principais entidades agrícolas do país.

As disputas entre as entidades rurais e a presidente Cristina Kirchner vêm desde 2008, um ano após a presidente assumir o cargo, sucedendo seu marido, Nestor Kirchner, quando os agricultores realizaram uma série de protestos que atingiu a economia e ameaçou o governo.

A principal queixa dos agricultores atualmente é contra a regulamentação do governo sobre os mercados e os impostos de exportação.

Com o argumento de garantir o abastecimento interno de trigo, milho e carne a preços baixos, as autoridades restringiram as exportações destes produtos e aplicaram impostos para as vendas externas.

A soja, principal cultura do país, paga um imposto de 35 % sobre a exportação, o mais alto de todos os grãos, mas as vendas externas da commodity não sofrem restrições, já que o consumo interno é escasso.

"É preciso diminuir as retenções (impostos sobre as exportações) até sua total eliminação... e eliminar os ROE (permissões do governo para exportação de trigo e milho)", disse Ferrero.

A Argentina é o maior exportador de óleo e farelo de soja e o terceiro em milho.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAmérica LatinaArgentinaPolítica no BrasilProtestosTrigo

Mais de Mundo

Milei agradece ao Brasil por assumir custódia da embaixada argentina na Venezuela

Exército israelense anuncia que comandante militar do Hamas foi 'eliminado' em bombardeio em julho

Blinken pede a “todas as partes” no Oriente Médio que evitem escalada de violência

Líder chavista afirma que Freddy Superlano “está detido e falando muito bem”

Mais na Exame