Agora vai? Acordo de May para o Brexit será votado pela 3° vez
Na última quarta-feira, a primeira-ministra afirmou que está disposta a renunciar ao cargo por um Brexit com acordo
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2019 às 06h33.
Última atualização em 29 de março de 2019 às 06h48.
Faltando apenas 15 dias para o divórcio do Reino Unido com a União Europeia (UE), prazo que já foi alongado, mas deveria terminar hoje, ninguém se atreve a dizer que fim terá o Brexit. Nesta sexta-feira, 29, pela terceira vez, a primeira-ministra Theresa May tentará aprovar o acordo de saída da UE que já foi recusado pelo parlamento britânico em outras duas tentativas. Dessa vez, entretanto, o cenário é um pouco diferente: caso o tratado da premier seja aceito, ela irá renunciar ao cargo, se tornando o segundo ministro vítima do Brexit.
Na última semana, o líder da câmara dos comuns,John Bercow, disse que não iria permitir que May levasse ao plenário o mesmo acordo que já foi recusado em outras duas ocasiões. Entretanto, com os últimos acontecimentos, incluindo a intenção de renúncia da primeira-ministra, Bercow voltou atrás, e nesta sexta-feira os parlamentares deverão votar novamente o acordo que May traça há longos meses com a UE.
Com ou sem votação, os fatos apontam para uma única realidade: até agora, ninguém conseguiu pensar em um caminho que proporcione um Brexit sem danos ao Reino Unido. Se a oposição enxerga desvantagem no acordo obtido por May com a UE, o parlamento não tem aceitado qualquer alternativa proposta até agora.
Na última quarta-feira, oito moções substitutas à criação do Brexit foram recusadas pelos parlamentares, evidenciando ainda mais a nebulosidade que paira sobre os políticos britânicos. Dentre as alternativas recusadas, constavam a retirada da UE sem acordo; a permanência na união aduaneira ou no mercado comum europeu; a submissão de qualquer pacto de divórcio definitivo a um novo referendo ou, até mesmo, o cancelamento do Brexit caso a perspectiva de um rompimento sem acordo se aproximasse.
Hoje, caso o acordo de May seja aceito ─ cenário improvável dadas as últimas votações ─, a parlamentar será a segunda vítima direta do Brexit. Em 2016, após a aprovação do referendo, o então primeiro-ministro David Cameron também renunciou ao cargo. Até agora, entretanto, a única coisa certa é que o Reino Unido tem até 12 de abril para deixar o bloco europeu.