Mundo

Afegãs protestam após execução de acusada de adultério

As manifestantes pediram ao presidente Hamid Karzai e a seu governo que atuem em favor da causa das mulheres

Imagem do vídeo que mostra a execução de Najiba no vilarejo de Qol, em Parwan, no Afeganistão: a mulher de 22 anos foi assassinada com dez tiros (Parwan Provincial Government/AFP)

Imagem do vídeo que mostra a execução de Najiba no vilarejo de Qol, em Parwan, no Afeganistão: a mulher de 22 anos foi assassinada com dez tiros (Parwan Provincial Government/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 08h50.

Cabul - Mais de 100 afegãos, em sua maioria mulheres envolvidas na luta por seus direitos, protestaram nesta quarta-feira em Cabul contra a recente execução filmada de uma delas, acusada de adultério.

A vítima, Najiba, de 22 anos, foi assassinada com 10 tiros diante de vários homens, reunidos para assistir sua morte em um pequeno vilarejo da província de Parwan, 100 km ao norte de Cabul.

A execução sumária aconteceu depois que foram recitados trechos do Alcorão de condenação ao adultério. O ato foi saudado com gritos de "viva o islã" e "vivam os mujahedines".

As autoridades afegãs informaram que os assassinos eram talibãs, que aplicavam este tipo de pena quando estavam no poder (1996-2001).

"Queremos justiça", gritavam as manifestantes, que marcharam entre o ministério das Mulheres e a Praça Zanbaq, a poucos metros da sede da presidência.

"A execução de uma mulher pelos talibãs é um crime. O governo deve fazer tudo para levar os culpados aos tribunais. É seu dever fazer justiça", afirmou a parlamentar Shyikai Karaojail.

As manifestantes também pediram ao presidente Hamid Karzai e a seu governo que atuem em favor da causa das mulheres, ao invés de apenas manifestar emoção com os atos que afetam as vítimas.

Sahar Gul, uma adolescente de 15 anos, liberada em janeiro depois de ser torturada pela família do marido durante seis meses, um caso que provocou comoção mundial, participou na manifestação ao lado de uma jovem que teve o rosto queimado com ácido por rejeitar um casamento forçado.

De acordo com a ONG Oxfam, 87% das afegãs afirmam ter sido vítimas de violências físicas, sexuais e psicológicas ou de um casamento forçado.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaFamíliaMortesMulheres

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido