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Afeganistão sofre 2º grande ataque em 10 dias da insurgência talibã

Segundo o Ministério do Interior afegão, um terrorista suicida detonou a carga explosiva acoplada a um veículo Toyota Corolla perto da entrada do escritório do governador

Entre os 19 mortos, cinco são policiais. Ao menos 34 ficaram feridas, três deles agentes, segundo o Ministério do Interior (A. Majeed/AFP)

Entre os 19 mortos, cinco são policiais. Ao menos 34 ficaram feridas, três deles agentes, segundo o Ministério do Interior (A. Majeed/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2011 às 13h34.

Cabul - Dezenove pessoas morreram neste domingo em um ataque dos talibãs contra um prédio do Governo na província central afegã de Parwan, no segundo grande ataque da insurgência talibã em menos de dez dias em áreas próximas a Cabul.

Um comando composto por ao menos seis insurgentes armados e equipados com artefatos explosivos atacou por volta das 11h30 (4h de Brasília) a sede do governador regional, Abdul Baseer Salangi, situada na cidade de Charikar, capital da província de Parwan.

Segundo o Ministério do Interior afegão, "um terrorista suicida detonou a carga explosiva acoplada a um veículo Toyota Corolla perto da entrada do escritório do governador", "o que permitiu a entrada de outros cinco terroristas no complexo".

Por esta versão, dois dos insurgentes conseguiram detonar os artefatos explosivos que levavam presos aos seus corpos e os outros três restantes foram mortos pelos agentes.

A zona foi palco de explosões e tiroteios por aproximadamente duas horas. Durante toda a ação, helicópteros da missão da Otan no Afeganistão (Isaf) sobrevoavam a região.

Entre os 19 mortos, cinco são policiais. Ao menos 34 ficaram feridas, três deles agentes, segundo o Ministério do Interior.

Um porta-voz do governador provincial, Roshan Khalid, consultado pela Efe detalhou que a maior parte das vítimas é de funcionários da administração de Parwan.

"Este ataque é outro exemplo do comportamento desprezível dos insurgentes. Os ataques violentos que matam e ferem civis não são aceitáveis em nenhuma cultura ou religião", condenou a Isaf em comunicado.

A ação foi reivindicada pela insurgência talibã por meio de seu porta-voz, Zabiullah Mujahid, quem argumentou à Efe que o objetivo do ataque era "uma reunião de alto nível entre as autoridades afegãs e oficiais estrangeiros".

O governador Salangi, um ex-chefe da Polícia de Cabul, foi uma importante figura mujahedin durante a guerra contra a ocupação soviética nos anos 80, era próximo do líder da Aliança do Norte, Ahmad Shah Massoud, e contrário aos talibãs.

Parwan está longe das fortificações insurgentes do sudeste do país, ao noroeste da província de Cabul - com a qual limita - a aproximadamente uma hora da capital afegã.

Prestes a cumprir uma década da invasão dos Estados Unidos e a queda do regime talibã, os insurgentes parecem estar em um momento de fortaleza e desafiadores pelo início da retirada gradual das tropas estrangeiras.

De fato, no último dia 6 de agosto a Otan sofreu seu maior golpe em dez anos de guerra com a morte de 38 soldados americanos e afegãos após a queda na província central de Wardak, atingido por insurgentes, de um helicóptero Chinook CH-47.

A incerteza pelo futuro da segurança no país se uniu esta semana o anúncio que Hamid Karzai, aliado do Ocidente durante estes anos, não vai concorrer ao terceiro mandato como presidente afegão em 2014.

Embora o método preferido pela insurgência seja os atentados suicidas e as bombas em estradas, os ataques como o deste domingo, perpetrados por comandos de combatentes que lutam até morrer, também são frequentes no Afeganistão.

O último grande deste tipo ocorreu no final de junho, quando um grupo de insurgentes atacou o emblemático hotel Intercontinental de Cabul e causou a morte de 21 pessoas.

O movimento talibã apostou recentemente no aumento de suas ações contra alvos de altos cargos das forças de segurança e da administração civil. 

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