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Afastamento de Chávez alimenta rumores na Venezuela

Chávez anunciou ao mundo, de Havana, que tinha um câncer do qual deu apenas informações mais superficiais

Chávez "está fazendo os tratamentos para fortalecer cada vez mais sua saúde, o presidente está muito bem (...) e virá muito melhor para continuar empreendendo esta tarefa" (Jorge Silva/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 20h22.

Os venezuelanos vivem entre rumores e dúvidas por causa da ausência do presidente Hugo Chávez , uma semana depois de o chefe de Estado, afastado da vida pública, ter voltado a viajar a Cuba para prosseguir com seu tratamento médico.

"É muito estranho que em tanto tempo desde que venceu as eleições nem mesmo tenha saído, e isso que me deixa cheia de dúvidas sobre sua saúde", declarou à AFP, em uma rua do centro de Caracas, Gladys Balsán, estudante de música de 22 anos, referindo-se às aparições contadas do presidente desde que foi reeleito, em 7 de outubro.

A poucos metros, Yomaira Soto, uma desempregada de 46 anos que leva sacolas de compras, diz, convicta: "Agora (Chávez) está descansando e fazendo seus check-ups médicos. Se estivesse mal, não teria tido força de vontade em sua campanha e tudo o que fez nas eleições", que venceu com folga, disse.

Em 30 de junho de 2011, Chávez anunciou ao mundo, de Havana, que tinha um câncer do qual deu apenas informações mais superficiais, e desde então, a cada vez que se submeteu a uma cirurgia ou a um ciclo de quimio ou radioterapia, sob um sigilo estrito, correram pelas ruas do país e nas redes sociais todo tipo de opinião e boatos sobre seu estado de saúde.

Para o sociólogo Ignacio Ávalos, os venezuelanos se acostumaram "ao fato de a doença do presidente Chávez ser um segredo de Estado" e de "o presidente ou seu vice" informarem sobre o que acham "prudente informar, que sempre é uma coisa muito parcial".

Na terça-feira passada, o presidente, de 58 anos, que em julho se declarou totalmente livre do câncer, voltou a viajar por um período indefinido a Havana, depois de ter pedido autorização à Assembleia Nacional, para se submeter a um tratamento de oxigenação hiperbárica.


Mas desta vez, ao contrário do que ocorreu na maioria das viagens anteriores da ilha, não houve nem discurso de despedida antes de embarcar no avião, nem mensagens de twitter, nem fotografias na imprensa.

Apenas um comunicado do jornal oficial cubano Granma foi divulgado em sua chegada a Havana, além de várias declarações de membros do governo assegurando que o presidente, que não aparece em público desde 15 de novembro, está bem.

Chávez "está fazendo os tratamentos para fortalecer cada vez mais sua saúde, o presidente está muito bem (...) e virá muito melhor para continuar empreendendo esta tarefa" de liderar o país, disse o vice-presidente Nicolás Maduro.

Enquanto isso, o líder da oposição e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, exigiu mais "transparência" e detalhes sobre sua saúde para evitar uma nova "onda de incertezas".

O escritor Alberto Barrera Tyszka, autor de "Hugo Chávez sin Uniforme", escreveu no domingo no jornal El Nacional que, com esta última viagem, "o enigma da saúde de Chávez se transformou outra vez em uma indústria de boatos".

"Diz-se que jamais se curou, que seu corpo agora está sofrendo os efeitos da campanha eleitoral. Mas também se diz que sim, está curado, mas que, justamente depois de vencer as eleições, o tumor voltou a aparecer em seus quadris", acrescentou.

A ausência do presidente coincide com a campanha para as regionais de 16 de dezembro - nas quais participou ativamente em sua última realização, em 2008 - e nas vésperas da cúpula do Mercosul, na quinta e na sexta-feira em Brasília. Embora Chávez tenha dito no mês passado que estaria presente, por enquanto o governo se absteve de confirmar sua presença.

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Os venezuelanos vivem entre rumores e dúvidas por causa da ausência do presidente Hugo Chávez , uma semana depois de o chefe de Estado, afastado da vida pública, ter voltado a viajar a Cuba para prosseguir com seu tratamento médico.

"É muito estranho que em tanto tempo desde que venceu as eleições nem mesmo tenha saído, e isso que me deixa cheia de dúvidas sobre sua saúde", declarou à AFP, em uma rua do centro de Caracas, Gladys Balsán, estudante de música de 22 anos, referindo-se às aparições contadas do presidente desde que foi reeleito, em 7 de outubro.

A poucos metros, Yomaira Soto, uma desempregada de 46 anos que leva sacolas de compras, diz, convicta: "Agora (Chávez) está descansando e fazendo seus check-ups médicos. Se estivesse mal, não teria tido força de vontade em sua campanha e tudo o que fez nas eleições", que venceu com folga, disse.

Em 30 de junho de 2011, Chávez anunciou ao mundo, de Havana, que tinha um câncer do qual deu apenas informações mais superficiais, e desde então, a cada vez que se submeteu a uma cirurgia ou a um ciclo de quimio ou radioterapia, sob um sigilo estrito, correram pelas ruas do país e nas redes sociais todo tipo de opinião e boatos sobre seu estado de saúde.

Para o sociólogo Ignacio Ávalos, os venezuelanos se acostumaram "ao fato de a doença do presidente Chávez ser um segredo de Estado" e de "o presidente ou seu vice" informarem sobre o que acham "prudente informar, que sempre é uma coisa muito parcial".

Na terça-feira passada, o presidente, de 58 anos, que em julho se declarou totalmente livre do câncer, voltou a viajar por um período indefinido a Havana, depois de ter pedido autorização à Assembleia Nacional, para se submeter a um tratamento de oxigenação hiperbárica.


Mas desta vez, ao contrário do que ocorreu na maioria das viagens anteriores da ilha, não houve nem discurso de despedida antes de embarcar no avião, nem mensagens de twitter, nem fotografias na imprensa.

Apenas um comunicado do jornal oficial cubano Granma foi divulgado em sua chegada a Havana, além de várias declarações de membros do governo assegurando que o presidente, que não aparece em público desde 15 de novembro, está bem.

Chávez "está fazendo os tratamentos para fortalecer cada vez mais sua saúde, o presidente está muito bem (...) e virá muito melhor para continuar empreendendo esta tarefa" de liderar o país, disse o vice-presidente Nicolás Maduro.

Enquanto isso, o líder da oposição e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, exigiu mais "transparência" e detalhes sobre sua saúde para evitar uma nova "onda de incertezas".

O escritor Alberto Barrera Tyszka, autor de "Hugo Chávez sin Uniforme", escreveu no domingo no jornal El Nacional que, com esta última viagem, "o enigma da saúde de Chávez se transformou outra vez em uma indústria de boatos".

"Diz-se que jamais se curou, que seu corpo agora está sofrendo os efeitos da campanha eleitoral. Mas também se diz que sim, está curado, mas que, justamente depois de vencer as eleições, o tumor voltou a aparecer em seus quadris", acrescentou.

A ausência do presidente coincide com a campanha para as regionais de 16 de dezembro - nas quais participou ativamente em sua última realização, em 2008 - e nas vésperas da cúpula do Mercosul, na quinta e na sexta-feira em Brasília. Embora Chávez tenha dito no mês passado que estaria presente, por enquanto o governo se absteve de confirmar sua presença.

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