Protestos contra violência sexual na Índia: 40.000 estupros foram registrados na Índia apenas em 2016 (Abhishek N. Chinnappa/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de maio de 2018 às 11h13.
Última atualização em 7 de maio de 2018 às 08h28.
Dois homens queimaram uma adolescente viva em sua casa no leste da Índia, um dia depois de estuprá-la, informou neste sábado a polícia, em um novo caso de violência sexual no país.
A jovem de 16 anos foi raptada de sua casa quando sua família estava fora, em um casamento, e foi estuprada pelos homens na quinta-feira em um parque florestal do estado de Jharkhand, segundo a polícia local.
A família denunciou o crime ao Conselho local, que ordenou que os acusados pagassem uma indenização de 50 mil rúpias (US$ 750).
O Conselho local, uma entidade formada pelos membros mais velhos da comunidade, geralmente resolve disputas, evitando assim o sistema judiciário indiano lento e caro.
Segundo a polícia, esta decisão irritou os homens, que espancaram os pais da jovem antes de atearem fogo nela, indicou à AFP um funcionário da polícia local, Ashok Ram.
"Os dois homens fugiram. Uma investigação sobre o caso foi aberta", informou.
A Índia reforçou suas leis para os crimes de agressão sexual em 2013, depois de um estupro coletivo em Nova Déli. Mas a violência sexual é comum no país, com 11 mil casos de estupros infantis registrados em 2015.
Em 2016, foram registrados cerca de 40.000 casos de estupro na Índia, mas estima-se que muitos mais não foram denunciados porque na patriarcal sociedade indiana as vítimas de crimes sexuais também sofrem de um estigma.