Acusada de roubo, Rússia diz que pode ter vacina da covid-19 em setembro
Anúncio do governo é feito após acusação de que hackers russos tentaram invadir sistemas do Reino Unido para obter propriedade intelectual sobre pesquisas
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2020 às 10h12.
Última atualização em 19 de julho de 2020 às 10h35.
O governo russo declarou que pode ser o primeiro país a produzir uma vacina contra a Covid-19. Segundo Kirill Dmitriev, diretor-executivo do Fundo de Investimento Direto, espécie de BNDES russo, a produção pode começar até setembro.
A declaração vem logo após o Reino Unido acusar a Rússia de tentar invadir seus sistemas para roubar pesquisas sobre vacinas contra o novo coronavírus. Segundo posicionamento do governo britânico, outros países como o Canadá e os Estados Unidos também foram afetados pelos hackers.
Desenvolver uma vacina contra a doença é uma prioridade do presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia é o quarto país do mundo mais afetado pelo coronavírus, com 750 mil casos.
Segundo Dmitriev, as acusações são infundadas, uma vez que a Rússia assinou um acordo com a farmacêutica AstraZeneca para produzir a vacina desenvolvida pela britânica Universidade de Oxford, uma das mais avançadas em termos de testes.
Na semana passada, a Universidade de Sechenov, na Rússia, anunciou que teve sucesso na primeira fase de testes clínicos de uma vacina contra o vírus e que ela poderá ser distribuída até agosto deste ano.
Essa não é a primeira vez que um país é acusado de hackear o outro para conseguir informações sobre vacinas em potencial. Em maio, o FBI anunciou que a China havia tentado hackear pesquisas sobre o SARS-CoV-2 feita pelos Estados Unidos, acirrando ainda mais a briga entre os dois países.