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Acordo pode encerrar disputa sobre atividade nuclear no Irã

Na próxima segunda, termina prazo estabelecido no ano passado para construção de acordo que põe fim a década de disputa sobre as atividades nucleares iranianas

Irã: capacidade de enriquecimento de urânio que será autorizada é primeiro ponto de discórdia (Mehr News Agency/Majid Asgaripour/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 18h41.

Dinamarca - Uma semana decisiva. Assim o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, qualificou os dias que antecedem 24 de novembro.

Na próxima segunda-feira, termina o prazo estabelecido no ano passado para a construção de um acordo que põe fim a década de disputa sobre as atividades nucleares iranianas.

As negociações entre o Irã e seis poderes mundiais – os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) mais a Alemanha – começaram hoje (18), em Viena, com a participação da chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Ao chegar à capital austríaca, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que um acordo ainda é possível mesmo com o prazo apertado, mas que as demandas excessivas do Ocidente podem atrapalhar.

“Eu estou certo de que estamos aqui para encontrar uma solução que respeite os direitos da nação iraniana e que elimine as preocupações da comunidade internacional. Se houver desejo da outra parte de resolver a questão nós sairemos com um acordo, mas se por causa de excessivas demandas da outra parte não alcançarmos um resultado, o mundo vai entender que buscamos uma solução, um compromisso e um acordo, mas que não renunciaremos aos nossos direitos e não abriremos mão do bem-estar nacional”, disse Zarif.

As negociações se estenderão ao longo da semana. O acordo histórico visa a reconfigurar o programa nuclear iraniano para garantir que o país não seja capaz de enriquecer urânio em quantidade suficiente para construir uma bomba atômica em curto prazo.

O governo do Irã nega objetivos militares e enfatiza que o enriquecimento de urânio não tem outros fins a não ser a produção de energia nuclear.

A capacidade de enriquecimento de urânio que será autorizada ao Irã é o primeiro ponto de discórdia.

O país conta hoje com cerca de 19 mil centrífugas, 10 mil em funcionamento (centrífugas são equipamentos fundamentais para o processo de enriquecimento do urânio).

Os Estados Unidos, em um primeiro momento, propôs a redução para 4.500 centrífugas, número considerado abusivo pelo governo iraniano.

Outra questão polêmica é o quão rápido as sanções impostas ao Irã nos últimos anos podem ser retiradas.

O governo iraniano quer o fim imediato do embargo da União Europeia ao petróleo do país e das sanções impostas pelos membros do Conselho de Segurança da ONU.

Nações como os Estados Unidos, por exemplo, oferecem a suspensão temporária, já que a eliminação definitiva das sanções depende da aprovação do Congresso.

A contenda envolvendo o programa nuclear iraniano começou em 2002, quando as potências suspeitaram que o Irã estava enriquecendo urânio em segredo.

As atividades foram reveladas no saguão da usina de Natanz, na região central do Irã, e passaram a sofrer rígida inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em 2009, a crise se aprofundou, quando foi descoberta a construção de uma segunda planta de enriquecimento de urânio, dentro de uma montanha, nas proximidades da cidade de Qom.

A descoberta desencadeou uma série de sanções contra o país, entre elas o banimento das importações do petróleo iraniano pela União Europeia, o que atingiu fortemente a economia do Irã.

Em novembro do ano passado, um acordo temporário foi assinado, congelando as atividades nucleares e as sanções, mas ele expira na próxima segunda-feira.

A celebração de um acordo definitivo não só encerraria a polêmica em torno das atividades nucleares iranianas como também abriria caminho para possíveis cooperações do Irã com o Ocidente, nos conflitos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

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Dinamarca - Uma semana decisiva. Assim o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, qualificou os dias que antecedem 24 de novembro.

Na próxima segunda-feira, termina o prazo estabelecido no ano passado para a construção de um acordo que põe fim a década de disputa sobre as atividades nucleares iranianas.

As negociações entre o Irã e seis poderes mundiais – os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia) mais a Alemanha – começaram hoje (18), em Viena, com a participação da chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Ao chegar à capital austríaca, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que um acordo ainda é possível mesmo com o prazo apertado, mas que as demandas excessivas do Ocidente podem atrapalhar.

“Eu estou certo de que estamos aqui para encontrar uma solução que respeite os direitos da nação iraniana e que elimine as preocupações da comunidade internacional. Se houver desejo da outra parte de resolver a questão nós sairemos com um acordo, mas se por causa de excessivas demandas da outra parte não alcançarmos um resultado, o mundo vai entender que buscamos uma solução, um compromisso e um acordo, mas que não renunciaremos aos nossos direitos e não abriremos mão do bem-estar nacional”, disse Zarif.

As negociações se estenderão ao longo da semana. O acordo histórico visa a reconfigurar o programa nuclear iraniano para garantir que o país não seja capaz de enriquecer urânio em quantidade suficiente para construir uma bomba atômica em curto prazo.

O governo do Irã nega objetivos militares e enfatiza que o enriquecimento de urânio não tem outros fins a não ser a produção de energia nuclear.

A capacidade de enriquecimento de urânio que será autorizada ao Irã é o primeiro ponto de discórdia.

O país conta hoje com cerca de 19 mil centrífugas, 10 mil em funcionamento (centrífugas são equipamentos fundamentais para o processo de enriquecimento do urânio).

Os Estados Unidos, em um primeiro momento, propôs a redução para 4.500 centrífugas, número considerado abusivo pelo governo iraniano.

Outra questão polêmica é o quão rápido as sanções impostas ao Irã nos últimos anos podem ser retiradas.

O governo iraniano quer o fim imediato do embargo da União Europeia ao petróleo do país e das sanções impostas pelos membros do Conselho de Segurança da ONU.

Nações como os Estados Unidos, por exemplo, oferecem a suspensão temporária, já que a eliminação definitiva das sanções depende da aprovação do Congresso.

A contenda envolvendo o programa nuclear iraniano começou em 2002, quando as potências suspeitaram que o Irã estava enriquecendo urânio em segredo.

As atividades foram reveladas no saguão da usina de Natanz, na região central do Irã, e passaram a sofrer rígida inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em 2009, a crise se aprofundou, quando foi descoberta a construção de uma segunda planta de enriquecimento de urânio, dentro de uma montanha, nas proximidades da cidade de Qom.

A descoberta desencadeou uma série de sanções contra o país, entre elas o banimento das importações do petróleo iraniano pela União Europeia, o que atingiu fortemente a economia do Irã.

Em novembro do ano passado, um acordo temporário foi assinado, congelando as atividades nucleares e as sanções, mas ele expira na próxima segunda-feira.

A celebração de um acordo definitivo não só encerraria a polêmica em torno das atividades nucleares iranianas como também abriria caminho para possíveis cooperações do Irã com o Ocidente, nos conflitos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

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