Acnur denuncia assassinato de 12 imigrantes na Líbia por traficantes
Grupo de refugiados com cerca de 200 eritreus e somalis eram mantidos em cativeiro e as mortes ocorreram após uma tentativa de fuga
EFE
Publicado em 1 de junho de 2018 às 10h13.
Genebra - O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) denunciou nesta sexta-feira os assassinatos de 12 imigrantes na Líbia cometidos por traficantes de pessoas, depois que um grupo de 200 eritreus e somalis mantidos em cativeiro tentou fugir.
O porta-voz de Acnur, William Spindler, indicou em entrevista coletiva da ONU em Genebra que o incidente ocorreu em 23 de maio em Bani Walid, que fica 180 quilômetros a sudeste da capital Trípoli.
Segundo o relato dos sobreviventes, os imigrantes receberam disparos enquanto tentavam escapar e durante as tentativas dos traficantes de capturá-los.
As testemunhas afirmam que foram torturadas e exploradas pelas máfias e que alguns dos imigrantes estavam em situação de sequestro e privados de liberdade há aproximadamente três anos.
As autoridades líbias transferiram 140 pessoas que conseguiram escapar das garras dos traficantes para um centro de detenção oficial em Gaser Ben Gashir, 28 quilômetros ao sul de Trípoli, explicou Spindler.
Nessa cidade, a Acnur distribuiu material de emergência e proporcionou apoio psicossocial às vítimas das máfias e identificou e registrou os que necessitam de proteção internacional, disse o porta-voz.
Por causa desse processo, a agência da ONU detectou um "grande número" de crianças desacompanhadas no grupo de imigrantes explorados pelos traficantes.
A Acnur está atualmente identificando os casos mais vulneráveis para encontrar soluções apropriadas para os menores de idade.
A agência acredita que muitos refugiados e imigrantes podem ainda estar se escondendo ou em cativeiro nas proximidades de Bani Walid.