Ação global é chave para combater guerra cambial, diz Dilma
Ela afirmou que não vai ocorrer a política ocorrida nos anos 30, caracterizada pela desvalorização competitiva
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2010 às 20h39.
São Paulo - A presidente eleita, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que seu governo irá acompanhar "com rigor" o processo de "guerra cambial e de política de desvalorização de moeda" que ocorre atualmente na economia global, de modo a impedir que o comércio mundial seja afetado.
"Não é possível que ocorra aquele tipo de política que ocorreu na década de 30 e que se caracteriza pela desvalorização competitiva", disse Dilma à TV Record, em sua primeira entrevista exclusiva após a eleição.
"Eu começo a desvalorizar, o outro país começa a desvalorizar e aí isso bloqueia o comércio... cria a guerra comercial."
Para ela, uma forma de enfrentar essa situação é ter instituições multilaterais fortes que impeçam os países de manter suas moedas desvalorizadas de forma excessiva.
"Eu diria, não fazer aquela política pragmática que é só favorável ao seu próprio país, é isso que se chamou de guerra cambial, que é de fato desvalorizações indevidas", explicou.
Dilma disse também que manterá o atual sistema de metas de inflação.
"Nós não brincaremos com a inflação, nós seremos um governo que terá, portanto, metas inflacionárias, da mesma forma que teve o governo Lula."