Abe envia oferenda a polêmico santuário de Tóquio
Abe decidiu evitar comparecer pessoalmente ao santuário no 72º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial
EFE
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 08h35.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão , Shinzo Abe, enviou nesta terça-feira uma oferenda ao controverso santuário de Yasukuni, em Tóquio, uma prática habitual que costuma gerar protestos de países vizinhos pelos vínculos do recinto com o passado militarista japonês.
Abe enviou uma doação financeira em nome de seu partido, o Liberal Democrata, através de um assessor, que disse em declarações aos meios de comunicação locais que o premiê "sente não poder visitar o santuário", segundo a agência "Kyodo".
Assim, o governante japonês decidiu evitar comparecer pessoalmente ao santuário no 72º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, que pôs fim ao conflito, uma efeméride em que numerosos parlamentares e ministros do país são vistos no recinto, que homenageia todos os japoneses mortos na disputa.
Há alguns anos, Yasukuni vem sendo uma fonte de tensão diplomática entre Japão e seus vizinhos asiáticos, especialmente China e Coreia do Sul, dois dos países que mais sofreram com o colonialismo japonês durante o conflito e que consideram o local um símbolo do passado militarista nipônico.
O santuário homenageia todos os japoneses mortos entre o fim do século XIX e 1945, entre eles 14 políticos e oficiais do Exército Imperial condenados como criminosos de guerra de classe A pelo Tribunal Penal Militar Internacional para o Extremo Oriente pelos atos cometidos durante a Segunda Guerra.
Com a ausência, a intenção de Abe é não gerar tensões diplomáticas com a China e a Coreia do Sul, dois países com os quais o Japão realizará uma cúpula trilateral este ano em Tóquio, o primeiro encontro com estas características desde novembro de 2015.
A última ocasião em que Abe visitou Yasukuni como chefe de governo foi em dezembro de 2013, o que gerou fortes protestos destes dois países, e também uma resposta dos Estados Unidos, o principal aliado estratégico do Japão, que sugeriu ao chefe de governo japonês que não repetisse essas visitas.
Desde então, o premiê evitou comparecer pessoalmente a Yasukuni, mas enviou ocasionalmente oferendas ao santuário por causa de suas festas de outono e primavera, bem como na data de hoje, aniversário da rendição, na qual boa parte do país realiza homenagens aos antepassados.