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A prefeita negra (e destemida) que virou a antagonista nº1 de Trump

A democrata Muriel Bowser pintou rua próxima à Casa Branca com “Black Lives Matter” e vem denunciando a violência em protestos pela morte de Georde Floyd

Muriel Bowser, prefeita de Washington (Reuters/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2020 às 14h06.

Última atualização em 7 de junho de 2020 às 22h27.

A leva de protestos contra a violência policial nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd alçou uma nova política às manchetes. Trata-se de Muriel Bowser, 47 anos, negra e democrata, nova antagonista número um do presidente Donald Trump.

Graduada em história e pós-graduada em políticas públicas, Bowser é apenas uma das sete mulheres a comandar as 100 maiores cidades dos Estados Unidos. Está à frente não só da cidade onde está a Casa Branca, como de uma das localidades com os maiores protestos dos últimos dias.

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Para este sábado, está prevista mais uma grande manifestação na capital do Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, 05, ela declarou que uma região da cidade seria rebatizada de "Black Lives Matter Plaza" -- A praça Vidas dos Negros Importam.

Ela também destacou trabalhadores públicos para pintar em letras garrafais amarelas uma via pública com o mesmo Black Lives Matter, e projetou a frase em prédios próximos à Casa Branca. "Há pessoas implorando para ser ouvidas", afirmou, numa coletiva de imprensa.

"Tivemos a oportunidade de mandar a mensagem alto e claro em uma rua muito importante de nossa cidade".

A agência Reuters relembrou, neste sábado, que Washington, uma cidade de 700.000 habitantes, é um enclave liberal e democrata, com 46,4% de habitantes negros e 45,6% brancos. Bowser, que comanda a cidade desde 2015 (com reeleição em 2018 com 76% dos votos), vem apoiando protestos pacíficos e denunciando a violência policial.

Ela escalou o tom contra Trump há uma semana quando ele afirmou que manifestantes que tentassem invadir a Casa Branca seriam atacados por cães ferozes. Cachorros eram uma das armas usadas contra escravos no sul do país, lembrou Bowser.

Ela também disse que o presidente trabalha para dividir o país. Trump respondeu que Bowser é "incompetente", que comanda uma cidade com o "orçamento fora de controle" e que constantemente pede ajuda à Casa Branca.

A leva de protestos colocou Trump também em oposição a governadores de estados como Minnesota, onde Floyd foi assassinado por um policial branco. O presidente cobrou dos governadores uma postura mais rígida contra os manifestantes e depois ameaçou usar uma lei de 1807, de Insurreição, para enviar tropas militares ativas em solo americano.

Para além dos militares, o site Business Insider denunciou que milícias paramilitares estavam questionando manifestantes nas ruas de Washington.

Bowser tem sido uma das vozes mais duras contra o uso de militares. Na última semana, enviou uma carta aos governadores de Nova Jersey e Ohio requisitando a retirada de tropas militares destacadas por Trump para ao Distrito de Colúmbia, onde está Washington.

"Elas foram trazidas sem minha requisição", disse. "Pedimos que você respeite o direito de auto-governo de 705.000 americanos pagantes de impostos." Ao se posicionar pela população de Washington, Bowser virou uma voz nacional.

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