NESQUIK: o produto teve sua fórmula alterada como parte de um ambicioso plano global da Nestlé / Andrew Burton/Getty Images
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 06h01.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h44.
Maior fabricante de produtos alimentícios do mundo, a Nestlé apresentou hoje, às 4h30 no Brasil e 7h30 na sua sede, na Suíça, os resultados financeiros do último quarto de 2016. As vendas da empresa cresceram 0,8%, para 89 bilhões de dólares, impactadas principalmente pelo câmbio – o crescimento orgânico foi de 3,2%. Com exceção de problemas pontuais na China e Índia, o crescimento continua mais acelerado nos países emergentes e mais lento nos desenvolvidos.
Os números estão abaixo das ambiciosas metas da Nestlé de crescer de 5% a 6% ao ano. Assim como outras grandes do ramo alimentício, a empresa passa por uma transformação na tentativa de crescer dentro do mercado de alimentos “mais saudáveis” – uma exigência cada vez maior do consumidor e um setor que, em termos globais, ainda é muito pouco explorado.
Assim, além de lançar novos produtos, a Nestlé tem focado em modificar campeões de venda. É o caso do Nesquik, que teve sua fórmula modificada para reduzir a quantidade de açúcar e vai mudar seu modelo de marketing, aposentando o famoso coelhinho, muito ligado ao conceito “antigo” do produto. Junto com seu parente asiático Milo, a bebida é responsável por 4% do faturamento da companhia. O mesmo pode acontecer com outros alimentos da companhia.
No ano em que a empresa criada por Henry Nestlé completa seu 150º de história, o responsável por enfrentar esse desafio é o novo presidente, Ulf Mark Schneider. O alemão assumiu em janeiro e é o primeiro presidente contratado de fora desde 1922. Ele veio da fabricante de equipamentos para saúde Fresenius, onde, em pouco mais de dez anos, triplicou o número de funcionários, quadruplicou o faturamento e multiplicou por 12 vezes o lucro líquido.
Tudo isso graças ao crescimento inorgânico, comprando concorrentes e empresas de setores estratégicos. Analistas acreditam que o mesmo deve acontecer agora, com a experiência sendo usada para comprar concorrentes na área de alimentos saudáveis ou que servem, inclusive, de tratamento para doenças. Nesta nova estratégia, quem vai pagar o pato é o coelhinho.