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6,4 milhões de crianças têm desnutrição no Sahel, diz ONU

Escritório da ONU denuncia que milhões de crianças menores de 5 anos sofrem de algum tipo de desnutrição na região africana do Sahel

Fome na África: 4,8 milhões de crianças padecem de desnutrição moderada e outros 1,6 milhão têm desnutrição aguda (Christopher Furlong/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2014 às 09h07.

Genebra - Quase cinco milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição moderada na região do Sahel e 1,6 milhão padecem de desnutrição aguda, denunciou nesta quarta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O Sahel é uma região na África que compreende Burkina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria e Senegal, e na qual vivem 145 milhões de pessoas.

Trata-se de uma das regiões mais pobres do mundo e que tem a média de crescimento mais elevada do mundo.

Os problemas estruturais de subdesenvolvimento, as consequências da mudança climática, instabilidade política e a insegurança crescente fizeram com que as necessidades desses países aumentassem de forma exponencial.

Há 10 anos, a ONU solicitava à comunidade internacional US$ 250 milhões para enfrentar as necessidades da região, número que se multiplicou por dez em uma década.

Para 2014, a ONU pede US$ 2,4 bilhões de euros, dos quais até o momento obteve US$ 1,4 bilhão.

Dos 145 milhões de habitantes, 24,7 milhões sofrem de insegurança alimentícia; 4,8 milhões de crianças padecem de desnutrição moderada; e outros 1,6 milhão de crianças têm desnutrição aguda.

Os conflitos obrigaram 3,3 milhões de pessoas a abandonarem seus lares e se tornarem deslocados internos em seus próprios países ou refugiados em outras nações.

Um dos principais focos de insegurança é a Nigéria, onde o número de deslocados internos passou de 600 mil para 1,5 milhão devido à ofensiva do grupo radical islâmico Boko Haram.

"O Boko Haram recruta entre os pobres da Nigéria, mas também do Mali e do Níger porque pagam. A falta de comida, de educação e de perspectivas ajudam a este recrutamento", disse em entrevista coletiva Robert Piper, coordenador regional da OCHA para o Sahel.

Piper lembrou que ocorreram recentemente conflitos bélicos ou revoltas civis internas no Mali, República Centro-Africana, Burkina Fasso, e inclusive na Líbia e Sudão, que apesar de não fazerem parte da região, "exportam" violência e refugiados aos países vizinhos.

"Níger é o país mais pobre de mundo e tem enormes desafios de desenvolvimento, o dinheiro que deveria investir no social investe em segurança porque está rodeado pela Líbia e Argélia ao norte; Mali ao Oeste; e Burkina Fasso, Benin e Nigéria ao Sul e Chade ao leste", acrescentou.

O coordenador não esqueceu da ameaça da epidemia do ebola e disse que dois países da região, Senegal e Nigéria, que tiveram casos da doença, não deixaram o vírus se alastrar.

Além disso, o Mali está lidando agora com um foco ativo, mas o funcionário da ONU se mostrou esperançoso de que o país também saberá manter a doença sob controle.

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Genebra - Quase cinco milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição moderada na região do Sahel e 1,6 milhão padecem de desnutrição aguda, denunciou nesta quarta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O Sahel é uma região na África que compreende Burkina Faso, Camarões, Chade, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria e Senegal, e na qual vivem 145 milhões de pessoas.

Trata-se de uma das regiões mais pobres do mundo e que tem a média de crescimento mais elevada do mundo.

Os problemas estruturais de subdesenvolvimento, as consequências da mudança climática, instabilidade política e a insegurança crescente fizeram com que as necessidades desses países aumentassem de forma exponencial.

Há 10 anos, a ONU solicitava à comunidade internacional US$ 250 milhões para enfrentar as necessidades da região, número que se multiplicou por dez em uma década.

Para 2014, a ONU pede US$ 2,4 bilhões de euros, dos quais até o momento obteve US$ 1,4 bilhão.

Dos 145 milhões de habitantes, 24,7 milhões sofrem de insegurança alimentícia; 4,8 milhões de crianças padecem de desnutrição moderada; e outros 1,6 milhão de crianças têm desnutrição aguda.

Os conflitos obrigaram 3,3 milhões de pessoas a abandonarem seus lares e se tornarem deslocados internos em seus próprios países ou refugiados em outras nações.

Um dos principais focos de insegurança é a Nigéria, onde o número de deslocados internos passou de 600 mil para 1,5 milhão devido à ofensiva do grupo radical islâmico Boko Haram.

"O Boko Haram recruta entre os pobres da Nigéria, mas também do Mali e do Níger porque pagam. A falta de comida, de educação e de perspectivas ajudam a este recrutamento", disse em entrevista coletiva Robert Piper, coordenador regional da OCHA para o Sahel.

Piper lembrou que ocorreram recentemente conflitos bélicos ou revoltas civis internas no Mali, República Centro-Africana, Burkina Fasso, e inclusive na Líbia e Sudão, que apesar de não fazerem parte da região, "exportam" violência e refugiados aos países vizinhos.

"Níger é o país mais pobre de mundo e tem enormes desafios de desenvolvimento, o dinheiro que deveria investir no social investe em segurança porque está rodeado pela Líbia e Argélia ao norte; Mali ao Oeste; e Burkina Fasso, Benin e Nigéria ao Sul e Chade ao leste", acrescentou.

O coordenador não esqueceu da ameaça da epidemia do ebola e disse que dois países da região, Senegal e Nigéria, que tiveram casos da doença, não deixaram o vírus se alastrar.

Além disso, o Mali está lidando agora com um foco ativo, mas o funcionário da ONU se mostrou esperançoso de que o país também saberá manter a doença sob controle.

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