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5 países onde a saúde pública funciona

Eles não são perfeitos, mas sistemas de saúde de países que gastam ao menos três vezes mais que o Brasil oferecem tratamento superior ao conhecido SUS

Universal, público e bom (Stock Exchange/iStockphoto)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2012 às 06h12.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h22.

São Paulo - Pesquisa recente realizada pelo Ibope constatou que 61% dos brasileiros consideram a s aúde como a área mais problemática do país, a frente de segurança e educação. Como 3 de cada 4 brasileiros dependem do Sistema Único de Saúde, o SUS, a resposta na enquete é, também, um referendo sobre a saúde pública do país. Diante de pesquisas assim, especialistas e profissionais de saúde gritam em coro que o governo precisa gastar mais com o setor. A União empenha hoje cerca de 4% do PIB para a área, com gasto per capita de 909 dólares. As nações listadas a seguir tem gasto por pessoa de pelo menos 3 mil dólares. Elas também não vivem um boom de planos de saúde , que já cobrem 25% da população brasileira. “No Reino Unido é 10%. Lá, os planos servem para oferecer maior luxo, como quarto particular e direito a acompanhante. Em termos de cuidados, são apenas cirurgias estéticas e reprodução assistida”, afirma o diretor-executivo do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), José Noronha. Vale observar, no entanto, que mesmo esses países enfrentam dificuldades. Lá, assim como cá, existem filas de espera e, em alguns casos, pessoas ficam sem atendimento, como atestam notícias de jornais suecos. Clique nas imagens a seguir para conhecer os países tidos como ideais em sistema de saúde universal. Ou seja, nações que, assim como o Brasil, acreditam que o estado deve ofertar saúde a todos. Mas fazem isso com qualidade superior.
  • 2. Canadá

    2 /3(Julien Faugere)

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    Gasto público em saúde: 8% do PIB*
    Gasto per capita (público % privado): US$ 4.314* Sistema bastante estudado por especialistas em saúde, o “SUS” canadense tem uma particularidade interessante: os médicos, apesar de pagos pelo governo, não são funcionários públicos. Ou seja, a maioria dos atendimentos financiados pelo sistema é oferecida na iniciativa privada. Médicos decidem, portanto, onde e o quanto vão trabalhar. Praticamente não existe competição entre o sistema público e privado, já que os planos não podem, em geral, oferecer os mesmos serviços disponíveis na rede pública. Enquanto no Brasil mais da metade da população considera a saúde um problema, os canadenses consideram o próprio “SUS” um dos símbolos nacionais da nação, ao lado dos castores e das Cataratas do Niágara. Maiores gastos significam também alguns privilégios em meio à paisagem natural canadense. “Eles fazem regatas de tetraplégicos em barquinhos a vela. O paciente vai conduzindo o barco pelo sopro”, conta o diretor-executivo do Cebes, José Noronha. Nem tudo é um mar de rosas, claro. Governo e sociedade debatem com constância se não deveria ser permitida maior privatização do sistema para resolver, por exemplo, as filas de espera para certos procedimentos.

    *Dados da Organização Mundial de Saúde.

  • 3. Reino Unido

    3 /3(Stefan Rousseau - WPA Pool/Getty Images)

  • Gasto público em saúde: 8,2% do PIB
    Gasto per capita (público + privado):
    US$ 3.438 O sistema de saúde do Reino Unido é uma espécie de pai do SUS. Criado após a Segunda Guerra Mundial, é exemplo de atenção à saúde básica. Isso porque há uma ligação mais pessoal entre paciente e médico que no Brasil, já que a consulta tende a ser sempre com o mesmo profissional e deve ser feita no bairro de residência do paciente. Para se dirigir a qualquer especialista, só se houver um “ok” deste médico. Eles podem ganhar dinheiro extra se os pacientes permanecem saudáveis. Mas o Sistema de Saúde Britânico é alvo de críticas. A mais constante delas é - acredite se quiser - reflexo da transparência do sistema. A agência NICE, que decide que tratamentos serão ou não custeados pelo governo, tem critérios muito estritos e claros na hora de adotar novos medicamentos, com um índice que, na prática, aponta o “custo benefício” de prolongar a vida das pessoas. No Brasil, muitas drogas de alto custo são compradas apenas com decisão judicial, o que termina por criar um orçamento paralelo na saúde.
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