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2020 deve encerrar como um dos três anos mais quentes da história

Temperatura média da Terra foi cerca de 1,2ºC superior ao período de referência 1850-1900 - alertou a ONU

OMM: "2020 foi, infelizmente, outro ano preocupante para o clima", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas (Mike Blake/Reuters)

OMM: "2020 foi, infelizmente, outro ano preocupante para o clima", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas (Mike Blake/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 13h06.

O ano de 2020 será, sem dúvida, um dos três mais quentes desde que há registros já que, desde janeiro, a temperatura média da Terra foi cerca de 1,2ºC superior ao período de referência 1850-1900 - alertou a ONU nesta quarta-feira (2).

Com temperaturas batendo recordes todos os anos, a década de 2011-2020 será a mais quente já vista e, os últimos seis anos, desde 2015, os mais quentes já registrados, de acordo com o relatório climático anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

"2020 foi, infelizmente, outro ano preocupante para o clima", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

A avaliação da OMM é baseada em cinco tipos de dados que atualmente classificam 2020 como o segundo ano com as temperaturas mais altas, atrás de 2016 e à frente de 2019.

As diferenças de temperatura entre esses três anos são, no entanto, mínimas e a classificação pode mudar assim que os dados completos para 2020 estiverem disponíveis.

"Os recordes de calor tendem a coincidir com anos de fortes episódios de El Niño, como ocorreu em 2016. Já La Niña tende a esfriar as temperaturas globais, mas o significativo fenômeno La Niña deste ano não serviu para desacelerar o aquecimento", comentou Taalas. E, acrescentou, "apesar do La Niña, este ano aponta para um recorde, como em 2016".

Além disso, há uma probabilidade em cinco de que entre agora e 2024 o aumento da temperatura se situe temporariamente acima da barreira fatal de 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial definida pelo Acordo de Paris.

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Calor extremo, incêndios, inundações, acidificação dos oceanos, ou a temporada recorde de furacões no Atlântico são sinais de que as mudanças climáticas continuam inexoravelmente neste ano, "aumentando a instabilidade que a pandemia da covid-19 causa sobre a economia, saúde e segurança global", alerta a OMM.

O aumento de temperatura mais severo ocorreu no Norte da Ásia, especificamente no Ártico Siberiano, onde as temperaturas foram 5ºC mais altas do que a média.

Assim, em 20 de junho, um recorde de 38ºC foi registrado em Verkhoyansk, o que o situa provisoriamente na maior alta registrada ao norte do círculo polar ártico.

A temporada de incêndios, que afetou grandes áreas de Austrália, Sibéria, costa Sul e Oeste dos Estados Unidos e América do Sul, foi a mais violenta dos últimos 18 anos.

"As inundações em algumas regiões da África e do Sudeste Asiático causaram deslocamentos massivos de populações e aumentaram o risco de fome para milhões de pessoas", disse Taalas.

Somando-se às más notícias, o manto de gelo do mar Ártico atingiu seu nível mais baixo em setembro, o segundo menos extenso em 42 anos de observações por satélite.

A extensão do gelo marinho da Antártica em 2020 foi semelhante, ou um pouco maior do que a média dos últimos 42 anos, enquanto a Groenlândia continuou a perder massa, mas a uma taxa mais lenta do que em 2019.

Quanto aos oceanos, que armazenam 90% do excedente de energia acumulado no sistema climático, devido ao aumento da concentração de gases causadores do efeito estufa, o relatório aponta que, nos últimos anos, o calor tem sido absorvido cada vez mais rápido.

 

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