2 professores são sequestrados em campo de refugiados do Quênia
Vários homens fortemente armados atacaram a escola por volta da 1h local (19h, em Brasília) e começaram a disparar
EFE
Publicado em 2 de março de 2017 às 13h18.
Nairóbi - Um grupo de homens armados sequestrou na madrugada desta quinta-feira dois professores em uma escola do campo de refugiados de Daadab, o maior do mundo, situado no norte do Quênia e muito perto da fronteira com a Somália, informou a imprensa local.
Os residentes contaram ao jornal "Daily Nation" que vários homens fortemente armados atacaram a escola por volta da 1h local (19h, em Brasília) e começaram a disparar.
O coordenador regional no nordeste do país, Mohamud Saleh, confirmou o sequestro destes dois professores, cuja nacionalidade não precisou, e afirmou que a polícia já iniciou um dispositivo de segurança na fronteira para evitar que os agressores escapem.
Embora os sequestros não sejam frequentes em Dadaab, em outubro de 2015 uma voluntária queniana foi capturada neste acampamento, assim como duas trabalhadoras espanholas dos Médicos sem Fronteiras em outubro de 2011.
No ano passado, o governo do Quênia anunciou que fecharia o acampamento de Dadaab com o argumento de que é um local de recrutamento para a milícia jihadista somali Al Shabab.
No entanto, a Suprema Corte do Quênia declarou em 9 de fevereiro inconstitucional o fechamento do campo, que obrigaria mais de 260 mil refugiados somalis voltarem a seu país, onde os terroristas controlam amplas zonas do centro e sul do país.
O Supremo considerou que esta decisão representa um "ato de perseguição para os refugiados somalis" e precisou que não há evidência da presença de membros de Al Shabaab no acampamento.
Após conhecer a decisão da Corte, o Executivo de Uhuru Kenyatta anunciou que a recorrerá e voltou a insistir que Dadaab "perdeu seu caráter humanitário e se transformou em um refúgio para o terrorismo e outras atividades ilegais".
O fechamento do acampamento de Dadaab, que está de pé há 25 anos, suscitou muitas críticas internacionais devido à dificuldade e ao perigo que representa repatriar essas pessoas a um país que ainda vive em guerra e sob a ameaça constante dos extremistas de Al Shabab.