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2.593 morreram desde o início do conflito na Ucrânia

O uso confirmado de artilharia pesada tanto por grupos rebeldes como das forças do governo em áreas povoadas provocou a morte violenta de 36 pessoas por dia

Guardas da Ucrânia: a ONU responsabiliza as forças do governo de Kiev por bombardeios indiscriminados contra áreas povoadas (Gleb Garanich/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 06h22.

Genebra - A ONU documentou a morte de 2.593 pessoas desde que o começo do conflito no leste da Ucrânia , em abril, até meados desta semana, segundo um relatório sobre violações dos direitos humanos divulgado nesta sexta-feira.

O documento argumentou que o aumento das hostilidades nas últimas seis semanas, com o uso confirmado de artilharia pesada tanto por grupos rebeldes como das forças do governo em áreas fortemente povoadas, provocou a morte violenta de 36 pessoas por dia.

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Este número representa - entre 16 de julho e 17 de agosto, um aumento de 300% em relação as 11 vítimas diárias registradas no mês anterior, explicou o chefe das Américas, Europa e Ásia Central do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Gianni Magazzeni.

O número de mortos não inclui as 298 vítimas do avião da Malaysia Airlines derrubado em 17 de julho, em uma ação atribuída aos grupos pró- Rússia , embora eles neguem a autoria.

No relatório, a ONU apresentou evidências de várias "violações dos direitos humanos perpetradas principalmente pelos grupos irregulares que mantêm o controle sobre uma grande parte das regiões de Donetsk e Lugansk".

Fora dos combates, os rebeldes "cometem assassinatos, sequestros, tortura física e psicológica", entre outros abusos, e estima-se que mantenham em cativeiro 468 pessoas.

A ONU responsabiliza as forças do governo de Kiev de "algumas das vítimas e danos provocados" por bombardeios indiscriminados contra áreas povoadas.

O relatório indicou que as forças armadas da Ucrânia tomaram abusos em seu esforço para recuperar o controle de áreas que tinham caído nas mãos dos rebeldes.

Estes últimos, por enquanto, não hesitaram em pôr em perigo a vida de civis ao realizar operações bélicas e colocar alvos militares dentro de zonas residenciais.

E denunciou que os rebeldes impediram civis de abandonar Lugansk e Donetsk, enquanto o governo reforçou o bloqueio ao redor destas duas cidades.

Apesar disso, a metade da população de cada uma delas fugiu, ficando 200 mil a 500 mil pessoas em Donetsk e 250 mil em Lugansk.

A ONU denunciou também que os milicianos pró-Rússia recebem provisão constante de armas sofisticadas e de munição.

Essas armas "os permitem derrubar equipamentos aeronáuticos militares ucranianos, como helicópteros, aviões de combate e de transporte", assinalou o documento, divulgado em meio a denúncias da Ucrânia de que é a Rússia que fornece esse material.

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