Exame Logo

10 grandes riscos para o mundo em 2013

Consultoria de risco Eurasia aponta quais são as tensões políticas e econômicas com as quais o mundo terá que lidar neste ano

Tensões (Adnan Abidi / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 05h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h47.

São Paulo – A empresa de pesquisas sobre riscos políticos Eurasia Group publicou seu relatório anual de riscos mundiais, que traz os dez principais pontos de preocupação global na economia e política para o ano. No relatório, Ian Bremmer, presidente da empresa, e David F. Gordon, diretor de pesquisas, afirmam que “risco político” é uma expressão que entrou definitivamente em nosso vocabulário. Seja na resolução do abismo fiscal, nas medidas de combate à crise, ou nos conflitos no oriente médio, a política tem dominado o rumo dos mercados. “Geoeconomia agora anda lado a lado com geopolítica em termos de guerra, paz e prosperidade”, dizem os executivos da Eurasia. Seguindo essa linha de pensamento, veja nas próximas páginas o que a Eurasia considera como os 10 maiores riscos que o mundo enfrentará em 2013.
  • 2. 1 – Mercados emergentes não são menos arriscados

    2 /12(©AFP / yasuyoshi chiba)

  • Veja também

    A Eurasia afirma que em um mundo de crescimento baixo, os mercados emergentes mantiveram a expansão da economia mundial, os preços das commodities, e continuaram oferecendo oportunidades de investimento. Mas em um cenário no qual a economia americana parece ser uma aposta melhor e o risco na zona do euro se afasta, as preocupações sobre o futuro dos mercados emergentes voltam a receber atenção de perto. Na visão da consultoria, os mercados emergentes devem experimentar muito mais volatilidade e instabilidade que em economias avançadas. O motivo que impulsionou os mercados emergentes no passado, que era o grande espaço para crescer, continua presente em alguns casos, “mas a era de abundância nos mercados emergentes acabou”, analisam Bremmer e Gordon.
  • 3. 2 – China x informação

    3 /12(©afp.com / AFP)

  • Manter voz dominante nas comunicações e no fluxo de informações limitando canais dentro e fora da internet por meios governamentais continuará sendo a principal arma política da China. “A liderança não está acostumada a ver sua roupa suja sendo lavada online e está completamente despreparada para a prestação de contas que essa nova tendência demanda”, afirma a Eurasia. Com o crescimento de redes que driblam a censura na China, o governo está perdendo o controle sobre a internet, sua principal arma. Isso pode ter dois efeitos (e ambos são riscos). O primeiro é uma postura mais defensiva e avessa ao risco do governo da China, que pode atrasar reformas no país durante este ano. Outro efeito possível é o famoso “se não pode contra, junte-se a eles”. Nesse caso, prevê a Eurasia, a liderança chinesa poderia tentar ser a voz mais alta no discurso online, dissipando mensagens nacionalistas pela rede. A foto ao lado mostra um protesto a favor de revista chinesa alvo de censura.
  • 4. 3 – Verão árabe

    4 /12(Muhammad Hamed/Reuters)

    A Eurasia lembra que, há pouco, o mundo assistiu a Primavera Árabe, com uma série de países do mundo árabe se rebelando contra ditaduras. Esses movimentos devem continuar. “Esse movimento não se transformou em um inverno árabe, onde os ditadores se recuperaram e consolidaram o poder, mas num longo e quente verão árabe, com movimentos radicais e sectários exercendo um papel ainda mais importante”, alerta a consultoria no relatório.
  • 5. 4 – Políticas de Washington

    5 /12(Saul Loeb/AFP)

    A consultoria afirma que 2013 é um ano com muitas possibilidades de reformas nos Estados Unidos em busca de mais dinamismo econômico. A Eurasia avalia também que o presidente Barack Obama estaria no auge de sua administração, após vencer a reeleição no país. Mas essas condições trazem um lado obscuro e as políticas americanas “disfuncionais” podem pesar na agenda legislativa e econômica do país. “Não estamos prevendo uma recessão impulsionada por políticas e menos ainda uma grande crise financeira. Mas incerteza política sobre os impostos para empresas e uma série de episódios temerários podem gerar uma modesta (porém real) redução do crescimento”, alertam os analistas da Eurasia.
  • 6. 5 – Japão, Israel e Grã Bretanha (JIBs, na sigla em inglês)

    6 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    Existem três grandes tendências globais atualmente: a China está crescendo, o Oriente Médio está explodindo, e a Europa está uma bagunça. Com isso, explica a Eurasia, aparecem três perdedores globais: Japão, Israel e Grã Bretanha (JIBs, na sigla em inglês), os países que sofrem maior impacto direto de cada uma dessas tendências econômicas e geopolíticas. Segundo a consultoria, esses países se encontram em posição muito parecida por três razões: as relações com os Estados Unidos já não têm a relevância que costumavam ter, eles estão por fora das maiores mudanças geopolíticas em curso, sem chance de exercer um papel construtivo nelas, e problemas internos desses países dificultam ainda mais uma reposta eficiente aos desafios impostos por essas mudanças.
  • 7. 6 – Europa

    7 /12(Philippe Huguen/AFP)

    A Eurasia afirma que a situação da crise financeira na Europa melhorou muito no final de 2012 com algumas medidas adotadas. Ainda assim, como já é possível observar há dois anos, a zona do euro não caminha nem para uma quebra, nem para uma resolução. Na visão da Eurasia, 2013 traz o risco da região perder um bom momento para criar um ambiente político e institucional para se redesenhar. Além da perspectiva para a recuperação da economia continuar baixa na Europa, a consultoria também afirma que a resistência da população a reformas deve continuar ao longo de 2013.
  • 8. 7 – Tensões geopolíticas na Ásia

    8 /12(Reuters/Stringer)

    O relatório aponta que algumas situações na região, como provocações da Coreia do Norte com seu poder nuclear, tem sido um risco cada vez menor. Ainda assim, outras situações perigosas permanecem. A consultoria cita como exemplo o crescente sentimento nacionalista na China, manifestado em episódios como a onda de protestos contra o Japão que se espalhou por diversas cidades da China. No episódio de 2012, manifestantes atacaram lojas e fábricas de empresas japonesas no país.
  • 9. 8 – Irã

    9 /12(Behrouz Mehri/AFP)

    Segundo os analistas da Eurasia, quando se fala de riscos globais, uma pergunta é quase inevitável: quando Israel vai bombardear o Irã? Na visão da Eurasia, esse risco é muito pequeno, especialmente em 2013. Mas outro risco permanece sobre o país. Segundo a consultoria, existe uma guerra nas sombras entre Irã, Israel e Estados Unidos que tende a crescer, com mortes, ataques cibernéticos e outras disputas que têm potencial para atingir os mercados e mexer com os preços do petróleo no mundo.
  • 10. 9 – Índia

    10 /12(Daniel Berehulak/Getty Images)

    Segundo os analistas da Eurasia, a Índia será em 2013 um claro exemplo de fatores políticos atrapalhando o que até então vinha sendo uma história econômica de sucesso. Segundo a análise, enquanto a Índia tem conseguido taxas substanciais de crescimento, a necessidade de importantes decisões políticas têm sempre ficado para depois e mudanças mais definitivas para impulsionar um crescimento mais alto têm sido deixadas de lado.
  • 11. 10 – África do Sul

    11 /12(©AFP / Alexander Joe)

    Para os analistas, a África subsaariana é um dos exemplos mais claros do paradoxo entre o dinamismo dos mercados emergentes e o aumento dos riscos políticos. Em termos de crescimento, a África do Sul tem se mostrado numa trajetória recente de bons resultados. Mas em outros países da região, as perspectivas são bem menos animadoras. A Eurasia alerta para o crescimento de um governo populista no país. Além disso, relembra das tensões na mineração, setor chave para o país.
  • 12. Veja outros dados sobre riscos

    12 /12(REUTERS/Muzaffar Salman)

  • Acompanhe tudo sobre:Crise políticaGuerrasListasViolência política

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame