Da violência crescente no Iraque ao risco de uma guerra envolvendo a Coreia do Norte: conheça os conflitos que podem emergir ou se intensificar nesse ano
Guilherme Dearo
Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 18h16.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h20.
O conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul, após este ganhar independência, pode se intensificar. Em novembro, o ministro da defesa sudanês anunciou uma ofensiva para combater os rebeldes do sul. Além disso, há um conflito interno no Sudão do Sul. Diferentes grupos étnicos estão se enfrentando, promovendo uma matança em ambos os lados. A disputa pode atingir as proporções de um genocídio. Em 2013, 450 mil pessoas tiveram de fugir da região.
2013 foi um ano terrível para o Iraque. Desde 2008, quando os números da violência eram baixos, o país não passava por tamanho banho de sangue. Foram cerca de 9 mil mortos, religando o alerta nos Estados Unidos. Ficou claro que a região está longe de estar totalmente pacificada. Recentemente, a região de Fallujah foi tomada pela Al Qaeda, tornando a situação ainda mais crítica. Mesmo com o temor de uma guerra civil, o governo americano, por enquanto, descarta a possibilidade de entrar novamente no país.
Que a Coreia do Norte tem um líder jovem, instável - e talvez louco -, todos já sabem. Que a maioria das ameaças são blefes, também. Mesmo assim, o mundo ficará mais preocupado com Kim Jong-Un em 2014. Seu governo ameaçou a Coreia do Sul de guerra por fax, prometendo um ataque sem piedade. Também disse que o mundo sofreria uma catástrofe nuclear caso o país fosse atacado. A fria execução do tio de Kim e de outros "traidores" também chocaram o mundo.
Em 2013, China e Japão tiveram alguns momentos de tensão por causa de ilhas em disputa nos mares do leste e sul chinês. É pouco provável que um conflito armado exploda a partir dessa disputa, mas as provocações chinesas e japonesas deixam toda a região em constante tensão. Além disso, as manobras chinesas para testar os limites do seu poder e passar mensagens intimidantes a seus vizinhos mexe diretamente com outra potência mundial, os Estados Unidos.
O governo do Mianmar tentou fortalecer um processo democrático após décadas de ditadura, mas o crescente conflito entre budistas e muçulmanos e as guerrilhas étnicas podem colocar tudo a perder em 2014. Os conflitos já deixaram centenas de mortos e mais de 120 mil refugiados.
A escalada de violência na República Centro-Africana corre o risco de se tornar um genocídio, o que muitos estão chamando de "a nova Ruanda", em alusão ao massacre que vitimou milhões naquele país em 1994. Na verdade, um conflito violento já começou. A ONU já calcula mais de um milhão de deslocados. Na luta entre grupos muçulmanos e cristãos, cerca de 500 morreram em dezembro de 2013. Já há relatos de cidades totalmente abandonadas, com corpos espalhados, onde até mesmo os médicos e socorristas fugiram.
Processo se baseia em indícios de que Pequim planeja dominar globalmente indústria de semicondutores, em estratégia similar à das áreas de painéis solares, veículos elétricos e minerais críticos