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Ibovespa interrompe série de quedas após ficar abaixo dos 100 mil pontos

Em dia volátil, índice operava no vermelho até minutos antes do fim do pregão

Ibovespa se recupera minutos antes do fim do pregão e fecha no azul, interrompendo série de quedas (Sabthai/Getty Images)

Ibovespa se recupera minutos antes do fim do pregão e fecha no azul, interrompendo série de quedas (Sabthai/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de outubro de 2019 às 18h04.

Última atualização em 3 de outubro de 2019 às 18h41.

Após quatro pregões de queda e dados positivos sobre o setor de serviços no Brasil, as primeiras negociações na Bolsa ensaiavam leve recuperação. O cenário, no entanto, se inverteu cerca de uma hora após a abertura do mercado, pouco após a divulgação do ISM de serviços dos Estados Unidos, que atingiu o menor nível em três anos. O resultado, que reforça o alerta sobre uma possível recessão da maior economia do mundo, pressionou os índices acionários do mundo todo para baixo.

Se por um lado, o ISM mostrou desaceleração da economia americana, ele também aumentou a esperança por novos cortes de juros por parte do Federal Reserve. Após a queda imediata dos índices acionários, as bolsas de Wall Street voltaram a operar no azul. Por aqui, o Ibovespa estava no vermelho até pouco antes das 17h, mas o movimento se inverteu perto do fim do pregão e o principal índice do mercado brasileiro fechou em alta de 0,48% e foi a 101.516,04 pontos, interrompendo a sequência de quatro quedas consecutivas.

Próximo do horário de publicação do ISM, o jornal O Globo noticiou que a Polícia Federal havia feito, pela manhã, operação de busca e apreensão na sede banco BTG Pactual, em São Paulo. A investigação apura supostos vazamentos de resultados do Comitê de Política Monetária que teriam beneficiado um fundo administrado pelo BTG. As ações do banco entraram forte queda após a publicação, chegando a se desvalorizar mais de 9%. Os papéis fecharam em queda de 3,78%. Segundo reportagem de EXAME, o fundo beneficiado teve retorno de mais de 402% somente em 2011.

No mercado de câmbio, o dólar teve a maior depreciação em um mês. Nesta quinta, a moeda americana caiu 1,088% e foi a 4,0894 reais. A desvalorização pode ser benéfica para empresas que possuem gastos em dólar, como é o caso das companhias aéreas. Na Bolsa, elas estiveram entre as maiores altas do dia. As ações da Gol subiram 5,48% e as da Azul, 4,13%.

Com participação de 3,316% na carteira do Ibovespa, os papeis do Banco do Brasil se valorizaram 4,31% e contribuíram para a alta do índice. Pela manhã, a instituição financeira anunciou, por meio de fato relevante, que fará oferta secundária de 132,5 milhões de ações. Com a apreciação, o ativo passou a valer 45,29 reais.

Outra companhia que emitiu fato relevante nesta manhã foi a Embraer, que informou que a venda de parte de sua operação para a Boeing deve ser consumada no início de 2020. As ações da fabricante de aviões brasileira subiram 2,75%.

No pregão desta quinta, as ações da Oi ordinárias se valorizaram 6,59%. As preferenciais, que costumam ter variações menos abruptas, também desempenho positivo e avançaram 4,29%. Na quarta-feira (2) o diretor de operações da companhia, Eurico Teles, disse ao jornal O Globo que o total da venda de ativos pode chegar entre 8 bilhões e 9 bilhões de reais. De acordo com relatório da Guide Investimentos, a venda é positiva pois "os recursos são vitais para que a empresa consiga manter o ritmo acelerado de expansão, especialmente de sua rede de fibra óptica.

Por outro lado, os papeis da BRF fecharam em queda pelo sexto pregão consecutivo. Na terça-feira (3), a PF deflagrou a nova fase da Operação Carne Fraca, que investiga repasses ilegais a fiscais federias, que teriam beneficiado o frigorífico. Embora a empresa colabore com as investigações, seus papeis já se desvalorizaram 4,42% desde então. Mesmo assim, as ações da BRF acumulam alta de 66,48% no ano.

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