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Fundo alvo da Lava Jato por vazamento da Selic rendeu 400%

Fundo conhecido como "fundo Copom" está sob investigação sobre possíveis ganhos com vazamentos de informações das decisões da autoridade monetária

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Fundo administrado pelo BTG: começou com 3,9 milhões de reais e, em abril de 2012, já tinha 50 milhões de reais, um avanço patrimonial de 1150% (iStock/Getty Images)

Fundo administrado pelo BTG: começou com 3,9 milhões de reais e, em abril de 2012, já tinha 50 milhões de reais, um avanço patrimonial de 1150% (iStock/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2019 às, 12h55.

Última atualização em 3 de outubro de 2019 às, 16h35.

São Paulo - O fundo que está no centro das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de São Paulo, na nova fase da Operação Lava Jato, é o Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado Bintang. Criado em agosto de 2010, e administrado pelo Banco BTG Pactual, o fundo que tem como gestor e único cotista Marcelo Augusto Lustosa de Souza começou com 3,9 milhões de reais e, em abril de 2012, já tinha 50 milhões de reais, um avanço patrimonial de 1150%, de acordo com a Economatica, a pedido de EXAME.

Somente em 2011, o fundo teve um retorno de mais de 402%, e parte dessa rentabilidade veio depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu inesperadamente, em 31 de agosto de 2011, a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano. Na ocasião, todas as 73 instituições financeiras consultadas em uma pesquisa da Agência Estado esperavam que a taxa fosse mantida em 12,5%.

Essa alta chamou atenção dos concorrentes do mercado e da própria Comissão de Valores Mobiliários. Na época, operadores se referiam a ele como "fundo Copom". Nesta quinta-feira (3), foi a vez de o Ministério Público Federal de São Paulo e da Polícia Federal entrar na história. Com base em uma investigação sobre possíveis vazamentos de informações das decisões do Copom, eles cumpriram um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de São Paulo, no endereço sede do BTG em São Paulo, para levantar novas evidências.

Chamada “Estrela Cadente”, a operação investiga vazamentos de resultados de reunião do Copom ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012. A investigação, instaurada a partir de colaboração premiada de Antônio Palocci, apura o fornecimento de informações sigilosas sobre alterações na taxa de juros Selic, por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central, em favor do fundo Multimercado Crédito Privado Bintang, que, com elas, teria obtido lucros extraordinários de dezenas de milhões de reais.

De acordo com o BTG, "o fundo tinha um único cotista pessoa física, que era Lustosa de Souza e que também é gestor credenciado junto à CVM". Segundo nota do BTG Pactual, ele nunca foi funcionário do banco ou teve qualquer vínculo profissional com o banco ou qualquer de seus sócios.  

O BTG diz ainda que exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo. Isso significa que o banco fez os cálculos das cotas do fundo e a custódia (guarda) dos ativos da carteira. 

Em 2013, o fundo foi encerrado com um rendimento total de 215,87%, de acordo com a Economatica.

Em nota, o Banco Central afirma que não foi comunicado do conteúdo da operação desta quinta-feira. "A respeito das informações divulgadas hoje pelo Ministério Público Federal em São Paulo e a Polícia Federal, o Banco Central esclarece que não foi comunicado sobre o conteúdo da Operação Estrela Cadente, que corre sob segredo de Justiça." 

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