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Focus aumenta projeção de alta do PIB em 2019 para 0,92%

Pesquisa do Banco Central também manteve estimativas para inflação, Selic e dólar para o fim de 2019

PIB: há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87% (Priscila Zambotto/Getty Images)

PIB: há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87% (Priscila Zambotto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 09h48.

Última atualização em 4 de novembro de 2019 às 10h51.

São Paulo — A expectativa de crescimento da economia em 2019 passou de 0,91% para 0,92%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,87%.

Para 2020, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), em 2,00%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.

Em setembro, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,8% para elevação de 0,9%.

No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2019 seguiu em baixa de 0,73%. Há um mês, estava em baixa de 0,65%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,10% para 2,06%, ante 2,29% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 foi de 56,30% para 56,20%. Há um mês, estava em 56,10%. Para 2020, a expectativa foi de 58,00% para 58,15%, ante 58 30% de um mês atrás.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2019 na pesquisa Focus, em superávit comercial de US$ 47,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 50,55 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit permaneceu em US$ 43,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 47,50 bilhões.

Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 43,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 foi de déficit de US$ 33,16 bilhões para US$ 34,40 bilhões, ante US$ 26,50 bilhões de um mês antes. Para 2020, a projeção de rombo permaneceu em US$ 38,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 33,00 bilhões.

O BC projeta déficit em conta de US$ 36,3 bilhões em 2019.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. A mediana das previsões para o IDP em 2019 foi de US$ 80,35 bilhões para US$ 80,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 83,00 bilhões. Para 2020, a expectativa seguiu em US$ 80,00 bilhões ante US$ 84,00 bilhões de um mês antes.

O BC projeta IDP de US$ 75,0 bilhões em 2019.

Resultado primário

O Focus trouxe manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2019. A relação entre o déficit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) este ano permaneceu em 1,34%. No caso de 2020, foi de 1,05% para 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,40% e 1,16%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2019 seguiu em 6,30% conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2020, permaneceu em 5,80%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 6,30% e 5,90%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Dólar

O Relatório mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, igual a um mês atrás.

Para o próximo ano, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 4 00, ante R$ 3,95 de quatro pesquisas atrás.

Selic

Após a reunião de política monetária do Banco Central na semana passada, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2019.

O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 4 que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 4 50% ao ano. Há um mês, estava em 4,75%. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 permaneceu em 4,50% ao ano, ante 5,00% de quatro semanas atrás.

No caso de 2021, a projeção passou de 6,38% para 6,00%, ante 6 50% de um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 seguiu em 6,50%, ante 7,00% de quatro semanas antes.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,50% para 5,00% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude". O próximo encontro do Copom ocorre em dezembro e será o último do ano. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2019 seguiu em 4,50% ao ano, ante 4,75% de um mês antes. No caso de 2020, permaneceu em 4,00% ao ano, ante 4,50% de quatro semanas atrás.

A projeção para o fim de 2021 no Top 5 permaneceu em 6,50%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2022, a projeção do Top 5 seguiu em 6,50% ao ano, igual a um mês antes.

Os economistas do mercado financeiro projetam novo corte de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros) em dezembro, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Depois, o colegiado promoveria novo corte de 0,25 ponto porcentual em fevereiro de 2020. Com isso, a taxa, atualmente em 5,00% ao ano, atingiria novo piso histórico, de 4,25% ao ano.

Pelas projeções, que fazem parte do Sistema de Expectativas de Mercado do relatório Focus, atualizado hoje, a Selic permaneceria em 4,25% ao ano de fevereiro de 2020 a setembro de 2020, quando a taxa básica passaria por elevação de 0,25 ponto porcentual, para 4,50% ao ano.

Na semana passada, o Copom cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,50% para 5,00% ao ano. Foi o terceiro corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC avaliou que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude". O próximo encontro do Copom ocorre em dezembro e será o último do ano. Para o início de 2020, porém, a sinalização é de que o corte pode ser menor ou nem mesmo ocorrer.

Inflação

Os economistas do mercado financeiro também mantiveram a previsão para o IPCA o índice oficial de preços em 2019 e 2020. O relatório mostra que a mediana para o IPCA este ano seguiu em alta de 3,29%. Há um mês, estava em 3,42%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%. Quatro semanas atrás, estava em 3,78%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3 50%, respectivamente.

A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2 25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4%. No caso de 2020, está em 3,6% e, para 2021, em 3,5%.

No Focus desta segunda-feira, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3 31% para 3,30%. Para 2020, a estimativa do Top 5 seguiu em 3 55%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,40% e 3,73% nesta ordem.

No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 seguiu em 3,75%, ante 3,80% de um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 permaneceu em 3,50% , ante 3,75% de quatro semanas antes.

A projeção mediana para o IPCA de 2019 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 3,29% para 3,28%. Houve 43 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,40%.

No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,59% para 3,52%. Há um mês, estava em 3,70%. A atualização no Focus foi feita por 41 instituições.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções mais recentes para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 3,4%. No caso de 2020, está em 3,6% e, para 2021, em 3,5%.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a previsão para o IPCA em outubro de 2019, em alta de 0,08%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,16%.

Para novembro, a projeção no Focus foi de alta de 0,34% para 0 35% e, para dezembro, permaneceu em alta de 0,35%. Há um mês, os porcentuais de alta eram de 0,24% e 0,40%, respectivamente.

O Relatório de Mercado Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 4 50% para 4,69%. Para 2020, a mediana seguiu em alta de 4,10%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,32% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,10% em 2020.

As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 3,5% em 2019 e 4,5% em 2020.

O relatório mostrou que a mediana das projeções do IGP-M de 2019 passou de 5,51% para 5,53%. Há um mês, estava em 5,18%. No caso de 2020, o IGP-M projetado permaneceu em alta de 4,07%, ante 4 02% de quatro semanas antes.

Calculados pela FGV, os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.

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