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Ação do Magalu acumula alta de 90% no ano após balanço promissor

Papéis subiram mais de 4%, com o resultado do trimestre surpreendendo até os mais otimistas

Entre julho e setembro, o Magalu lucrou 235,1 milhões de reais, um crescimento de 96,7% (Germano Lüders/Exame)

Entre julho e setembro, o Magalu lucrou 235,1 milhões de reais, um crescimento de 96,7% (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 11h30.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 14h19.

As ações do grupo varejista Magazine Luiza parecem não encontrar um limite. Os papéis mostraram forte valorização após a empresa surpreender até os mais otimistas com seus resultados do terceiro trimestre, na noite de ontem (29).

O papel sob o código MGLU3 avançava 7,48%, negociado a 44,24 reais, por volta das 14h20 desta quarta-feira (30). Com a valorização, a companhia acumulou um avanço superior a 90% no Ibovespa em 2019. No mês de outubro, a rede de varejo mostra uma escalada de quase 14%.

Repetindo o desempenho dos trimestres anteriores, a empresa divulgou resultados positivos nas vendas, com o comércio eletrônico dobrando de tamanho e chegando a 3,3 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 96% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

Entre julho e setembro, o Magalu lucrou 235,1 milhões de reais. O lucro ajustado foi de 136,3 milhões de reais (12,7% maior) e é uma melhor base de comparação com 2018, pois está adaptado para obedecer a novas normas internacionais de balanços financeiros (o chamado IFRS 16), que passou a vigorar em janeiro.

Os resultados operacionais também agradaram. Em setembro, as vendas online ultrapassaram as físicas pela primeira vez. Já entre julho e setembro, o online representou pouco menos da metade, com 48% das vendas totais — ante 42% no segundo trimestre e 36% há um ano.

O faturamento foi de 4,9 bilhões de reais, alta de 32% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Se incluído o marketplace (as vendas de lojistas parceiros no site do Magalu), as vendas foram de 6,8 bilhões de reais, crescimento de 47%.

"Top pick" das corretoras

O BTG Pactual assinalou que o resultado do Magalu, além de surpreender as expectativas, reforça a escolha da ação entre as preferidas do banco ("top pick"). Mesmo com o valuation (avaliação sobre o valor da companhia) bastante elevado, dois fatores reforçam a tese do banco.

A primeira, segundo o BTG, é a expectativa de que o comércio eletrônico vai triplicar até 2025 e aumentar a penetração no volume das vendas do varejo. A outra é a tendência de consolidação em mercados mais maduros. "Graças a uma jornada bem sucedida nos últimos anos, o Magalu é visto pelo mercado como um dos poucos potenciais vencedores", escreveu a equipe do banco em relatório.

Margens menores. Mas quem se importa?

Em relatório a investidores, o analista da Nord Research, Bruce Barbosa, destacou que as margens da companhia vêm caindo com o crescimento do marketplace e do e-commerce. "Estaria Magalu se tornando uma Amazon, dominando o mercado de e-commerce e esquecendo-se de ganhar dinheiro no processo? E como seria a vida de Magalu com o aumento da competição de Via Varejo (VVAR3) e Amazon?", questionou.

Bruce diz não ver uma resposta, mas pontua que o mercado continua bastante otimista e aposta que a empresa voltará a elevar margens após dominar o e-commerce, o que, acrescenta, "não aconteceu com Amazon".

A equipe da Guide Investimentos fala em "crescimento exponencial" do Magalu no terceiro trimestre. Os analistas da corretora esperam uma melhora na margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para os próximos trimestres como a melhora da rentabilidade da Netshoes.

"Seguimos confiantes com o case de Magalu, que demonstra em mais um trimestre a sua capacidade de crescimento exponencial e grande diferencial competitivo em relação aos outros pares do setor", escreveu a corretora.

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